Doutora em Ciência Política rechaça movimento Escola Sem Partido
Acreditando que os professores inserem ideologia política e partidária na cabeça dos alunos e que isso é nocivo aos estudantes, um grupo de pessoas fundou o movimento “Escola Sem Partido”. Após pressões do levante, aliás, chegou à Comissão de Educação do Congresso um projeto de lei que diz ter como objetivo impedir tal doutrinação no ambiente acadêmico.
Os argumentos dos revoltos por uma educação sem abordagem política alguma, porém, são rechaçados pela professora universitária e doutora em Ciência Política Fhoutine Marie Reis Souto. “Sou contrária ao projeto porque o professor tem um papel que não é o de mero reprodutor do conhecimento na sala de aula”, disse em entrevista ao Morning Show desta segunda-feira (17). A docente acredita que os alunos têm discernimento crítico e que existe a possibilidade de debate com o conteúdo aplicado de forma democrática.
Fhoutine Marie também questionou a aplicabilidade da lei, caso seja aprovada no Congresso e sancionada pela presidência. “Colocar controles sobre o que o professor pode falar ou não dentro da sala de aula é muito complicado porque fica a dúvida de como decide isso. As pessoas não são robôs”, alegou.
Um dos líderes do movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib reclamou que crianças e jovens estão sofrendo uma lavagem verdadeira cerebral nas salas de aulas. “A imensa maioria dos casos que a gente recebe é de uma doutrinação de esquerda. São professores ligados a partidos e movimentos de esquerda que usam a sala de aula para fazer a cabeça de seus alunos”, reclamou.
O representante do movimento defendeu que a postura não é repressão, censura e muito menos autoritarismo apesar de afirmar que os professora não gozam de liberdade de expressão. “A Constituição não dá aos professores liberdade de expressão. Se ele tivesse liberdade de expressão dentro da sala de aula, não seque poderia ser obrigado, como é, a transmitir o conteúdo da disciplina para seus alunos”, falou o advogado.
“Esse complô de doutrinação de esquerda, eu confesso que ainda não encontrei”, finalizou a professora Fhoutine Marie ao programa comandando de Edgard Piccoli.
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