"Ela poderia ser qualquer criança brasileira", diz Adriana Carranca sobre Malala
A jornalista Adriana Carranca participou do Morning Show desta segunda-feira (26) para falar sobre a experiência que teve no Paquistão ao pesquisar a história da garota Malala Yousafzai, que sofreu um ataque em 2008 após ser proibida pelo Talibã de ir para a escola.
“Foi o lugar em que vi realmente a opressão contra mulher ser ainda mais evidente. No mercado, por exemplo, existe uma faixa escrita ‘é proibido a circulação de mulheres'”, falou a repórter do jornal Folha de S.Paulo, que ainda escreveu uma biografia da garota, focada no público infantil.
Adriana Carranca hospedou-se no Vale do Swat, mesma região onde Malala cresceu e fronteira com Afeganistão. “Minha função como jornalista não é ali para julgar, mas para observar e trazer par ao leitor do Brasil que está distante da realidade. Não é fácil crescer no meio das montanhas e se tornar alguém. Ali fica bem claro que a educação teve um papel muito importante da vida dela”, disse sobre a ganhadora do Nobel da Paz de 2014. A jovem estudante tinha apenas 17 anos quando ganhou a honraria.
Adversidades, escola precária e região violenta são a realidade das estudantes paquistanesas, mas é o que muitas crianças do Brasil enfrentam diariamente, sobretudo em regiões mais pobres. “Ela poderia ser qualquer criança brasileira numa área mergulhada na violência. Temos ainda três milhões de crianças fora da escola do Brasil”, falou Adriana.
A profissional relatou que entrevistou membros e simpatizantes do Talibã, sempre com auxílio de um tradutor ou tradutora local. “Recorri várias vezes ao futebol para as entrevistas”, falou a jornalista que relatou o ainda prestígio do futebol brasileiro para a equipe do Edgard Piccoli.
Toda a aventura de Adriana Carranca está no livro “Malala: A Menina que Queria ir Para a Escola” (Companhia das Letrinhas), lançado este ano.
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