Empregos que envolvem criatividade estão mais protegidos, diz empreendedor Murilo Gun
Depois de trabalhar com internet por vários anos e descobrir que tinha talento para fazer stand up comedy, o empreendedor Murilo Gun passou dez semanas no Vale do Silício na Singularity University (SU), iniciativa do Google em parceria com a Nasa. “Todo ano eles juntam 80 pessoas, a gente fica morando na Nasa. É como um Big Brother, dorme na Nasa, come na Nasa”, descreve ele, que nas primeiras sete semanas participou de palestras com líderes do Facebook, Twitter, Google, FBI e até CIA.
Nas últimas semanas do curso, os participantes se juntam em grupos para criar uma start up para solucionar um problema escolhido por eles. “O foco do curso é estudar o futuro e antecipar soluções para problemas que ainda não existem”, explica.
O assunto do mercado de trabalho do futuro foi amplamente debatido. “A inteligência artificial e a robótica vão naturalmente eliminar alguns empregos. Agora tem carro autônomo sem motorista. Isso não é coisa de laboratório, todo mundo que anda na rua no Vale do Silício vê carros sem motorista”, afirma.
Segundo Murilo, as atividades mais braçais ou mais previsíveis, como o telemarketing, estão com os dias contados. “Seguir script, a máquina faz melhor que a gente. A gente vai ter que ser mais humano e explorar as habilidades que diferenciam a gente, como a criatividade. Quem tem tarefa que demanda mais criatividade está mais protegido”, argumenta. Mas isso não significa que o número de vagas de emprego vai diminuir, já que para ter máquinas é necessário que alguém crie os softwares para elas operarem e que pessoas façam a manutenção delas, além de outras funções.
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