“Enquanto suicídio for tabu, só irá aumentar”, diz psicóloga
“Isso aconteceu dias antes do meu marido tirar a própria vida. Os pensamentos suicidas estavam lá, mas você nunca sabe”. Essa frase foi escrita por Talinda Bennington, esposa do vocalista do Linkin Park, Chester Bennington, que tirou a própria vida em julho deste ano. Em entrevista ao Morning Show desta sexta-feira (8), a psicóloga Karen Scavacini ressaltou a importância de acabar com o tabu que é falar sobre o suicídio.
“A gente tem que falar sim. Enquanto levarmos suicídio como tabu, só vai aumentar. O ‘13 Reasons Why’ trouxe à tona essa discussão, principalmente entre os adolescentes. Os jovens têm uma impulsividade muito maior de cometer o ato. A série trouxe essa discussão, mas com algumas situações delicadas, como mostrar o suicídio no final. A forma como apresentada não é indicada pela gente. Isso induz o jovem pensar que a única saída da Hannah era o suicídio e não é assim”, explicou.
Mas como perceber que alguém está com atitudes suicidas? Scavacini aponta que na maioria das vezes há diversos sinais, mas que só fazem sentido após que a morte acontece. “Podem ser verbais como querer se matar, ninguém vai sentir minha falta. Por conta do mito ‘cão que ladra não morde’, as pessoas não acreditam nesses sinais”, ressalta.
A psicóloga afirma que a melhor atitude a se tomar quando percebe que algum conhecido está depressivo e querendo se matar, é chamar para uma conversa franca e encaminhar para um psicólogo ou psiquiatra.
“Todo mundo pode prevenir suicídio, mas não dá para prever. Quando a gente desconfia, a melhor coisa é ter uma conversa franca, querendo ouvir o que ela tem a dizer, aí sim procurar uma ajuda especializada”, concluiu.
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