Weintraub explica sua postura como ministro: ‘Humor é recurso do pequeno contra o grande’

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2019 12h19
Jovem Pan Abraham Weintraub conversou com a bancada do Morning Show nesta quinta-feira (1º)

O ministro da Educação Abraham Weintraub acredita ser uma eficiente estratégia de comunicação usar do humor para abordar assuntos espinhosos e rebate as críticas sobre falta decoro no cargo.

“[Estar à] altura do MEC pra mim é não roubar. Não criar coisa que depois a gente não tem como pagar. Foi o que eles fizeram. (…) Agora, eu sou um cara que apesar de ter esse jeito assim ‘do coração’, incisivo em alguns momentos, eu sou bem humorado e o humor é um recurso do pequeno contra o grande, todo mundo sabe disso”, afirmou Weintraub durante entrevista ao Morning Show nesta quinta-feira (1º).

Citando o caso da caixa de chocolates usada para explicar o contingenciamento de 3,5% do orçamento total, o ministro reforçou que a previsão é que o descontingenciamento aconteça em setembro.

“É uma gestão na boca do caixa. Num momento de crise, você administra o dia a dia, mas olhando a perspectiva de médio a longo prazo. É isso que estamos fazendo, apertando aqui, tirando ali, mas o cenário é muito positivo”, disse.

‘Muita covardia’

Em julho, Weintraub  foi hostilizado em Santárem, no Pará, enquanto jantava com sua família. O ministro relembrou o caso, o qual classifica como ato covarde.

“Peguei uma semana de férias, a qual tenho direito legal, e fui [viajar] com a minha família. Estou lá sentando na praça, tudo pago com o meu dinheiro, e de repente chegou o pessoal e começou a me xingar no microfone do músico. Cercaram minha família com cartazes, todos os manifestantes com cocar na cabeça, não sei se é índio de verdade. Começaram a tirar sarro pensando que eu iria me acovardar ou chutar a mesa e xingá-los.”

“Mas eu não fiz isso. Peguei o microfone e comecei a conversar com eles. A população local e os turistas vieram defender a gente. Teve um dentista que ficou com os meus filhos enquanto minha esposa ajudava a me defender. Minha filha saiu chorando de lá. É muita covardia desse bando de sicofantas ditos de esquerda”, disse.

‘Coisa boa a gente copia’

Abraham Weintraub é um crítico declarado de Paulo Freire e defende o fim da sua “idealização” no sistema educacional brasileiro.

“Na nossa proposta de alfabetização, a gente não quer mais a unanimidade. A única coisa que a gente pede é que o educador ou método tenha critérios científicos comprovados. Quer adotar o modelo A, B, C, a gente sugere o fonético, mas a única coisa é que tem que ser científico. Quanto ao Paulo Freire, eu não tenho raiva dele. Tem até um mural muito feio dele na frente do MEC”, afirmou.

“Isso que ele é mundialmente conhecido, veja, a aspirina foi feita pelos nazistas. Eu uso aspirina porque funciona. O Paulo Freire se fosse tão bom, ia ter pelo menos mais um país além do Brasil usando o método dele. Coisa boa a gente copia.”

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.