‘Quando a criança quer trabalhar, o Estado não deixa’, diz deputada do PSL
Crianças que estão na escola e querem trabalhar devem ter esse direito assegurado pelo Estado, defende a deputada Bia Kicis (PSL-DF). A declaração foi feita durante entrevista ao Morning Show desta terça-feira (16).
Para a deputada, o errado é a criança ser obrigada a trabalhar, mas se ela manifestar esse desejo por si só, não há prejuízos nem impactos em sua formação escolar.
“Hoje em dia quando a criança quer trabalhar, o Estado não deixa. Esse que é o problema, a gente tem que combater sim a situação em que a criança vira uma escrava, é obrigada a trabalhar e não tem oportunidades na vida”, afirmou Kicis.
“Quando o presidente Bolsonaro falou do trabalho infantil, ele não estava fazendo nenhum tipo de apologia, algo como ‘vamos tirar as crianças da escola pra que elas trabalhem’, não é isso. Mas mostrando que crianças que trabalham e estão na escola, é melhor que estejam trabalhando do que estejam, por exemplo, ociosas na rua ou sendo drogadas”, disse a deputada.
Para defender o seu argumento, Bia Kicis citou o caso de um pedreiro que correu o risco de perder a guarda de seu filho, de 12 anos, após um vídeo em que o garoto aparece trabalhando com o pai viralizar nas redes sociais. A informação é falsa, conforme apurado pelo portal G1, em 2017. O pai se apresentou ao Conselho Tutelar, mas em nenhum momento foi decretada a sua prisão ou a retirada da guarda da criança.
“O que você vê [atualmente] são crianças abandonadas e quando um pai está ensinando o seu ofício ao filho, tem que ser louvado. Criança tem que estar na escola ou fazer homeschooling (educação domiciliar), tem que estar aprendendo para que possa ter futuro. Quero deixar claro que eu sou totalmente contra uma criança precisar trabalhar, mas isso não é culpa dela e sim da estrutura familiar”, esclareceu Kicis.
A deputada do PSL ainda criticou a repercussão negativa sobre a declaração de sua própria experiência vendendo brigadeiros quando criança. Na semana passada, Bia declarou que, aos 12 anos, fazia brigadeiros para vender na escola e poder pagar suas aulas de tênis.
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