Imprensa precisa aprender forma correta de falar sobre suicídio, diz psicóloga
No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, bancada do Morning Show recebeu Karen Scavacini para falar sobre tema
Fábio Porchat, Ana Maria Braga, Evaristo Costa e outras figuras públicas deletaram suas contas no Instagram na segunda-feira (9) pra chamar atenção para o Setembro Amarelo, mês de ações em prol da vida que tem nesta terça-feira (10) a sua maior vitrine: o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
A bancada do Morning Show recebeu a psicóloga Karen Scavacini para discutir alguns pontos ainda necessários sobre o tema e, entre eles, destacou o papel da imprensa na hora de informar corretamente os casos de suicídio.
“Não acho que a mídia deva se omitir em relação ao assunto, mas precisa aprender a forma correta de falar. Não romantizar o ato, não colocar uma causa única, não colocar, por exemplo, que agora a pessoa está em paz. Dependendo da forma como a mídia trata isso pode ter um impacto tanto positivo quanto negativo”, explicou.
Scavacini falou que isso está relacionado ao Efeito Wherter, quando um suicídio é noticiado de uma forma que faz o número de casos aumentar. No entanto, o Efeito Papageno é o oposto: abordar o assunto de forma educativa e aumentando a consciência da população sobre o assunto ajuda na redução dos suicídios.
Por isso a psicóloga vê como positiva a atual onda de debate sobre o assunto, inclusive na polêmica série “13 Reasons Why”.
“Precisamos entender que suicídio é multifatorial, nunca acontece por uma causa única. As pessoas tendem a tentar achar uma causa: porque perdeu emprego, terminou o namoro ou assistiu a uma série, mas as coisas não funcionam assim”, disse Scavacini.
“Com certeza o debate está mais acirrado hoje, as pessoas estão falando de suicídio de uma forma melhor, mas ainda ouvimos coisas como 90% dos casos podem ser prevenidos. Nós sabemos que tem prevenção, mas a gente não sabe exatamente qual a porcentagem. Quando falamos isso, damos culpa para aqueles que ficaram.”
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