"Existe grande vácuo de negros nas produções", dizem atores de Musical Popular Brasileiro
Adriana Lessa e Érico Brás são as grandes estrelas do musical “MPB – Musical Popular Brasileiro”, que estreou em São Paulo, no Teatro das Artes, no shopping Eldorado, no dia 2 de março. No Morning Show desta segunda-feira (2), a dupla falou sobre a falta de representatividade dos negros no mercado artístico brasileiro.
Segundo Brás, o país precisa avançar muito e parar de se negar como racista. Ele lembra que segundo relatório da Ancine, 98% dos editais de filmes são feitos por brancos.
“A gente precisa avançar muito. Vivemos num país racista que não quer se considerar racistas. A televisão brasileira caminha para um avanço de luta negra e projetos sociais. Somos 54% da população brasileira. A Ancine lançou um resultado dos editais e 98% dos filmes são feitos por brancos”, explica.
O ator que trabalha no novo “Zorra Total” vê um grande vácuo de negros em produtoras e cargos importantes e cita que seria impossível fazer o musical “MPB” sem a contribuição da raça.
“Existe um grande vácuo de negros nas grandes produções brasileiras. Até em produtoras, já que a maioria delas não tem negros como donos. É impossível fazer um espetáculo como esse sem ter a contribuição do negro, que é criador do samba e da música popular brasileira. A gente precisa acelerar essa mudança”, completa.
A veterana Adriana Lessa aponta que “MPB – Musical Popular Brasileiro” não mostra o Brasil de uma forma estereotipada e negativa, mas que toca nas feridas do país de forma inteligente.
“A peça não mostra essa forma estereotipada e negativa, mas levanta questões sobre esses temas. Nós mulheres não queremos ser objetos de cama, mesa e banho. A peça mostra várias situações de nosso país de forma musical. Cada um consegue fazer a diferença em seu núcleo”, conclui.
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