Fábio Porchat escolheu o momento certo para se aventurar na TV aberta
Chegou a hora de Fábio Porchat na televisão aberta. E um fato curioso: ele, que apareceu pela primeira vez para o público no “Programa do Jô” – encenando um diálogo que o próprio escreveu da série “Os Normais” -, agora terá seu próprio talk show.
Na época, o humorista era apenas um jovem de 18 anos que agarrou a oportunidade dada por Jô Soares. Hoje, com 33, tem o maior desafio da carreira: Comandar um programa de entrevistas no horário nobre, e, quem sabe, se tornar o sucessor daquele que o lançou. Destino? Para Porchat, “Jô é uma pessoa tão incrível que precisou de 3 pessoas para pegar o lugar dele”. O novo astro da Record se referiu a Marcelo Adnet, que estreia na quinta-feira o “Adnight” e Danilo Gentili, apresentador do “The Noite”, no SBT.
Nesta segunda-feira (22), Porchat apresentou para a imprensa os detalhes do programa que vai apresentar de segunda à quinta, 00h15, na Record. Em um cenário bem parecido com o extinto “Agora é Tarde”, da Band – um grande telão como diferencial – a atração terá um convidado por dia, esquetes, brincadeiras, Stand Up e muita interatividade com a plateia e com o público de casa. “Contratamos uma equipe só para cuidar da internet”.
Ainda que com entrevistas e cenas prontas, o programa só será gravado no dia de exibição para ficar mais quente e não deixar passar momentos factuais. “No Brasil, você vai tomar um café e o presidente é outro”, brincou Porchat. No pacote, entram o humorista Paulo Vieira, que será uma espécie de faz-tudo e a banda Pedra Letícia, que tem como vocalista o também comediante Fabiano Cambota.
O martelo ainda não foi batido para o primeiro entrevistado. Mas será Wesley Safadão ou Sasha. Pela prévia dada por Porchat, eu arriscaria na filha de Xuxa. Além dela nunca ter dado entrevista, o apresentador deu uma aula de direção em uma das esquetes gravadas. E adivinhem: Sasha bateu o carro. Queremos ver isso logo.
Sim, Porchat vai explorar ao máximo todos seus convidados. Quer levar todo mundo da Record e como ele mesmo brincou “trago até o último figurante de Os Dez Mandamentos”. É com este tom de liberdade para rir da emissora – o que deu para reparar também nas chamadas do programa – que o humorista vai ganhando a confiança dos executivos da casa. Mas não se enganem. Terá sim limitações para piadas e ele sabe disso. Ningúem precisa falar. Porchat é esperto e sabe onde pisa.
Com esse jeitinho, conseguiu, por exemplo, convencer Marcelo Rezende cantar a música da “Grande Família” e César Filho interpretar Lineu para uma esquete com o ator Pedro Cardoso. Genial.
Enfim, Porchat demorou, mas chegou forte na televisão aberta. Fez muito sucesso na internet com o “Porta dos Fundos” e no teatro com seu Stand Up, passou pelo cinema e pela TV fechada, mas na Record terá a missão de ser abraçado por um público mais difícil de agradar, além de entrar na guerra pela audiência. Um universo cruel que talvez ele não esteja acostumado.
O que dá para dizer: Porchat vem preparado. Tem assitido de tudo. No Brasil e no mundo. Foi para os Estados Unidos estudar o formato. Viu Jimmy Kimmel, Ellen DeGeneres e Conan O’Brien. Conversou com Jô, Marilia Gabriela, Roberto Justus e Luciana Gimenez. Está aberto para o novo e focado – deixou de escrever para o “Estadão” e desacelerou o ritmo no Porta.
Porchat tinha um objetivo muito antigo. Conseguiu. Esperou o momento certo. Recusou Globo. Com o SBT não deu certo por Silvio Santos que quis economizar. E na Record encontrou o melhor projeto artístico e financeiro. Está feliz e tem muito talento. Com o seu nome e perfil, tantará ser o diferencial dos outros programas de entrevistas. Sucesso para ele!
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