“Foi espontâneo”, diz Ricardo Cruz sobre beijo de Gagliasso e João Vicente em premiação
Com o mercado de publicação impressa em constantes transformações nos últimos tempos, são poucas as revistas que conseguem se manter com um público fiel, uma delas, certamente, é a GQ Brasil.
Nesta segunda-feira (14), em entrevista ao Morning Show, Ricardo Cruz, diretor de redação da marca, comentou quais as características essenciais para superar o momento de transição que vive o mercado.
“É uma confluência de fatores, acho que é tudo isso junto, a internet, a economia, mas acima de tudo, a relevância de determinados títulos, determinações editoriais que não foram atualizadas. Nós demoramos para entender que são plataformas diferentes, o que eu brinco é que a revista é uma praia, já a internet é um oceano total. São novos tempos, novas maneiras de ler, de chegar ao conteúdo. As revistas passaram a ser mais especiais, mais cultuadas, passaram a ser marcas. E as revistas que não evoluíram, não deixaram de ser revistas para serem marcas, ficaram para trás. considerou.
Sobre os eventos realizados por diversas revistas, a fim de promover suas publicações, ele comenta que é uma tática de branding muito assertiva.
“Hoje virou uma plataforma de negócios e também de geração de conteúdo. No nosso caso, o ‘Men of the Year’, que já acontece lá fora, também gera receita, mas é um fator de fortalecimento da marca incrível, porque no pós-evento, por exemplo, é uma das revistas que mais vende no ano”, contou.
Para garantir a qualidade do produto, o profissional revelou que é importante a discussão entre a equipe, sempre buscando novas ideias e perspectivas.
“Trabalhamos muito com a excelência editorial, então o que a gente busca é, na mensal, no caso de reportagens, um ângulo diferente e um aprofundamento que na internet e nas versões semanais você não vai conseguir, e também uma qualidade fotográfica, em um processo mais elaborado, para a gente tentar se sobressair e aparecer mais no mercado”.
Polêmica
Há cerca de duas semanas, Bruno Gagliasso e João Vicente protagonizaram uma cena inesperada durante uma premiação da revista, ao darem um selinho contra o preconceito. Na internet, os usuários sugeriram que a ação poderia ter sido programada, Ricardo nega.
“Na verdade, quando nós escrevemos o roteiro pensamos em um grand finale contra todo tipo de intolerância que tivemos neste ano, mas que era um beijo simples, não necessariamente um beijo na boca, mas para mandar o recado”, contou.
Sobre a polêmica em torno da atitude, o diretor ignora os comentários contrários e ressalta: “Ninguém, sendo hétero ou não, precisa beijar o seu amigo na boca para se manifestar, mas essa foi a maneira que eles encontraram, de forma espontânea, para fazer isso. Mas acho que vai muito além, não está falando só da causa gay”.
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