Fotógrafo de zonas de guerra quis dar voz a refugiados: "sou um contador de histórias"

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2017 11h45
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Reprodução/Instagram

O que leva um fotógrafo a enfrentar os perigos de uma zona de guerra? Gabriel Chaim é protagonista do programa “Zona de Conflito”, do canal History, onde apresenta histórias e desafios de soldados e da população de países como Síria e Iraque, regiões castigadas por recorrentes batalhas. No Morning Show desta sexta-feira (10), o fotógrafo ressaltou o seu amor por mostrar a realidade das pessoas que sofrem com conflitos, dando voz para quem não tem.

“Sou um contador de histórias. Sou apaixonado por histórias de pessoas e quando descobri a dos refugiados, isso me fez ficar apaixonado por esse segmento. Você dá a oportunidade de dar voz para quem perdeu, é uma sensação indescritível”, explicou.

Trabalhando de forma independente na linha de frente das batalhas, Chaim pontuou a importância de profissionais como ele, que fazem as notícias chegarem à grande mídia de todo o mundo.

“Eu quero que as pessoas aprendam a valorizar aquilo que elas podem. Cada história é diferente da outra. O que seria dessa guerra se não fôssemos nós? Seria uma guerra interna, uma guerra que ninguém conheceria. As histórias apresentadas por nós fizeram com que tudo mudasse”, comentou. “Prefiro me arriscar para contar a história como ela é. Não quero pegar a história andando. Quando você se predispõe, a visão dos soldados e da população mudam em relação a você”, completou.

Para Chaim, não há comparação das coisas que se vê nas zonas de guerra no Oriente Médio com os confrontos que os brasileiros presenciam nas favelas diariamente. O fotógrafo revela que as batalhas de zona de guerra são completamente diferentes, além de extremamente perigosas.

“Muita gente pergunta sobre a comparação do Brasil e do mundo. Aqui nas favelas é uma batalha que está focada apenas em algumas regiões. Em zonas de guerra é algo completamente diferente. É extremamente perigoso”, disse.

Gabriel também destaca a falta de preparo que tem percebido dos profissionais que cobrem situações perigosas no Brasil, como a que está ocorrendo no Espírito Santo. O fotógrafo acredita que as empresas de jornalismo precisam realizar treinamento para seus funcionários para esse tipo de situação.

“Mesmo que seja para conflitos pequenos, é necessária uma preparação. Uma bala pode matar. Não vejo os jornalistas de capacete e colete por exemplo”, apontou.

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