Geneticista comemora diferenças entre homens e mulheres: "a gente se completa"

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2016 11h21
Bruna Piva/Jovem Pan <p>Bióloga e geneticista Mayana Zatz participa do "Morning Show"</p>

Neste Dia Internacional da Mulher, a bióloga e geneticista Mayana Zatz, professora da USP, participou do “Morning Show” para falar sobre os maiores desafios da mulher quando o assunto é genética. Quando a questão é a relação entre homens e mulheres, ela contou têm de fato suas diferenças, o que não é um problema: “a gente se completa”.

Entretanto, ela destaca que existem as diferenças culturais. “Nossa característica de comportamento depende não só do gene”, explica.

Já sobre a possibilidade de controlar e diminuir o risco de doenças genéticas, ela contou para a equipe do Morning que o cuidado vai além da diferença de gênero. “A sociedade tem que participar e tem que ajudar a decidir. Uma das coisas é que hoje a gente sabe que com o sequenciamento do genoma você pode determinar o risco para determinadas doenças”, disse a bióloga, citando o caso de Angelina Jolie.

Para quem não se lembra, ao fazer um mapeamento genético, a atriz descobriu que possuía uma mutação de aumentava as chances de ela desenvolver câncer de mama, doença que levou sua mãe à morte. Então, ela optou por uma dupla mastectomia.

E como nada na vida é perfeito, Mayana ainda alertou sobre os riscos de estudar as mutações genéticas, que podem ser utilizadas para outros fins alheios à saúde. “Para quem trabalha com genética como eu acha editar genes legal, mas será que no futuro não vão querer editar genes sem ser para controle de doenças”, disse.

“Os chineses já estão fazendo isso, existe todo um projeto em que eles estão sequenciando genes de inteligência. Recrutando jovens com o QI acima de 130, eles querem achar o gene da inteligência. Supondo que eles achem, como essa informação vai ser usada?”, exemplificou a professora da Universidade de São Paulo.

Ainda de acordo com Mayana, os pesquisadores estão já trabalhando com menos pesquisas em animais, utilizando células tronco. “A partir de um número de células tronco você pode testar inúmeras drogas. Pelo laboratório eu posso programar essas células para agirem como qualquer parte do corpo. Com isso a gente corta o caminho e usa muito menos animais”.

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