Guilherme Arantes: “maconha é positiva na hora de compor”

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2016 12h18
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Johnny Drum/Jovem Pan

O músico Guilherme Arantes está comemorando 40 anos de carreira e cantou os seus sucessos no Jovem Pan Morning Show desta sexta-feira (11). Aos 63 anos, o músico não escondeu que fez uso de diversas drogas na sua juventude para compor alguns de seus sucessos, mais especificamente a maconha, ao qual ele disse ter um efeito positivo na hora de escrever canções.

O paulistano alertou, porém, que é necessário saber dosar. “Na minha geração todo mundo fumou e cheirou”, contou. “Uma coisa eu posso afirmar: a cocaína não é boa para compor, é muito ruim. A maconha é algo altamente positivo para a prospecção e criação das letras”, completou.

Arantes ressalta que todo o talento que tem com a música não é por conta de estar “alto” com a droga, mas sim por toda a disciplina que teve durante essas quatro décadas de sucessos. “É necessário ter disciplina nesse campo. Eu estudava duas horas de piano e antes de entrar no estado de mente alterada, eu desligava de tudo, tinha apenas o objetivo de criar. A atitude criativa tem que ser operária”, explicou.

“Vivemos uma crise na boa música”

Arantes cresceu musicalmente ao lado de grandes artistas como Rita Lee e Elis Regina, pessoas com quem ele revelou ter tido até um affair, que mais para frente passou para a fase de grande admiração. Em 2016, o cantor vê a música brasileira vivendo uma grande crise por conta da falta de profundida nas composições.

Para ele, o surgimento do gênero balada e mistura de ritmos de arrocha, sertanejo e forró mostram que o artista está mais preocupado com o mainstream do que na qualidade de seus trabalhos, tornando a plateia o protagonista da ação.

“No Brasil seguiu um novo gênero do entretenimento que é a balada. O artista não é mais o protagonista e sim a plateia, ele com suas telas portáteis. O que o ser humano compartilha é ele tendo como coadjuvante o artista”, criticou.

 “O pop mundial vive um grande apogeu. Tem grandes artistas e só o Brasil escolheu para ficar na contramão. Vivemos uma crise da música boa. Não é do mainstream fazer coisas bonitas”, comentou.

Apesar de não ver o atual momento da música nacional com bons olhos, Arantes apontou alguns artistas da atualidade que o agradam. Ele derramou elogios para Tiago Iorc, Ludmilla e Anitta. A última ele destacou o fato dela estar buscando produtores internacionais para produzir suas canções, o que aumentou a qualidade visivelmente.

“A Anitta faz um pop legal e competente. Eu consigo ouvir porque fazem bem feito, buscam o que tem de legal numa boa música. O som dela está compatível até com Maroon 5. Ela trabalha com produtores internacionais. Ela depende de uma unidade de produção alienígena”, concluiu.

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