Ícones do rock oitentista, Ritchie e Virginie afirmam que sobrevivem do "imaginário do público"

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2017 11h44
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Reprodução/Instagram

A Liga Retrô reunirá ícones do rock brasileiro da década de 1980 no próximo dia 24 de junho, na Audio Club, em São Paulo. Dois desses artistas deram mais detalhes da apresentação no Morning Show desta quarta-feira (21). Ritchie e Virginie falaram sobre o atual cenário do rock brasileiro e como fazem para sobreviver cantando um estilo que já não é o preferido do país nos dias atuais.

“É meio que uma jam session, temos uma banda nos acompanhando. Luiz Carlini na guitarra, Marcelo Gasperini na bateria, Geraldo Vieira no baixo, Hugo Hori no saxofone. Eu, Virginie, Kiko Zambianchi, Paulo Ricardo e George Israel cantaremos nossos grandes hits”, disse Ritchie.

Inglês e amante da música brasileira, o dono do hino “Menina Veneno” acredita que o rock perdeu o seu espaço por conta da globalização e evolução das formas de se chegar até a música.

“Os parâmetros e a indústria mudaram. A maneira como se consome música mudou. Nós vendíamos vinil e hoje em dia é coisa de colecionador. O rock não está no primeiro plano por uma série de coisas. O suporte físico desapareceu e a internet deu essa variedade de consumo. Você escolhe o que quer ouvir”, explica.

Para Virginie, ainda há muito rock bom rolando no Brasil, mas que os fãs precisam procurar saber quem são, já que não há mais o apoio dos programas de televisão como antigamente.

“O que ouvimos das pessoas que escrevem é sobre a falta que faz esse tipo de música. Tem tanta coisa boa acontecendo, tem que saber procurar essas coisas”, comentou.

Mas como faz para os roqueiros das antigas sobreviverem numa indústria que está dominada praticamente por cantores sertanejos e funkeiros? Ritchie diz que o imaginário das pessoas é o que os sustentam, com shows lotados e muita nostalgia.

“Nós de uma época em que o vinil era suporte principal, conseguimos nos estabelecer no imaginário popular, que nos sustenta mais do que vendas de CD. Conseguimos colocar muita gente nos shows ainda. Anos 80 foi mágico. Mesmo 40 anos depois estamos aqui, falando sobre músicas de 30 anos atrás, mas que populam o imaginário”, concluiu.

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