“Já cheguei a ser barrado por ter tatuagem”, diz Paulo Sérgio, da Soul Tattoo
Queridinho dos famosos, Paulo Sérgio Affonso, ou apenas Paulo Tattoo, é um dos profissionais mais procurados quando o assunto é tatuagem.
“Eu trabalhei na primeira loja do Brasil, em 1980, antes disso não existia nenhuma no país. Tive a sorte de ser apadrinhado, de ter um mestre, então comecei a tatuar coisas pequenas, mas o primeiro passo é ser um desenhista, um artista, porque a técnica se aprende, mas a arte não”, contou em entrevista ao Morning Show nesta sexta-feira (22).
Mas as coisas nem sempre foram assim, há alguns anos atrás, quando os riscos na pele não eram tão comuns, muitas pessoas não viam com bons olhos. “A minha primeira eu tenho até hoje, quando fiz 16 anos, uma cabeça de leão pequena, que é o meu signo. Nunca apaguei nenhuma porque acho que cada uma delas conta uma parte da minha vida, traz uma lembrança. Mas eu já sofri o preconceito na pele, cheguei a ser barrado em pub por ter tatuagem”.
Com mais de 30 anos de experiência ele conta já ter visto de tudo um pouco, mas que sempre tenta orientar os clientes para que eles não se arrependam da escolha.
“As pessoas às vezes fazem no impulso e eu procuro orientar a não fazer, tanto eu, quando a minha equipe. Existe a tatuagem artística e a que é feita por amadores, a diferença é visível. Na minha loja tudo é visto como arte, tudo é criado exclusivamente para o cliente, porque toda tatuagem, para nós, é única. Ele tem que viver a experiência”, ressalta.
No entanto, para quem já fez algum desenho ou escrita e não tenha gostado do resultado, Paulo tranquiliza: “As tatuagens e tintas evoluíram muito, hoje em dia é possível cobrir qualquer uma, o que é até menos invasivo do que o laser, para retirar”.
Novos horizontes
O sucesso é tão grande que o estilo tem contado com cada vez mais profissionais de qualidade e vem quebrando diversas barreiras.
“É um mercado que não para de crescer, o que eu acho muito bom, deixa o Brasil mais colorido. Estamos atingindo todas as classes, chegando a todos os lugares, tatuagem está se tornando um adereço”.
Prova disso é que Paulo foi convidado para cuidar da primeira coleção de selos com tatuagens dos Correios, além dos trabalhos sociais.
“Eu fiquei muito orgulhoso porque é uma coisa que foge totalmente do padrão. É como o trabalho que eu faço com alguns cirurgiões, para reconstituir a imagem da mama para pacientes que tiveram câncer. Por exemplo, já tatuei uma pessoa cega, que foi o filho do Roberto Carlos. Não sabia como mostrar o desenho, aí fiz em uma folha de alumínio e tive que contar com a sensibilidade dele. Foi o que mais me marcou”, completou.
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