"Já vi pacientes com 20 anos estéreis", diz Dr. Pedrinola sobre uso de anabolizantes

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2015 11h00
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Reprodução <p>Uso desenfreado de anabolizantes causa, entre outros efeitos, a esterilização</p>

O Dr. Fillipo Pedrinola falou ao Morning Show desta segunda-feira (6) sobre anabolizantes, drogas comuns não apenas entre quem participa de competições esportivas, mas também por questões estéticas. O que muitos ignoram é que o uso contínuo pode causar sequelas para o corpo.

“Anabolismo significa crescimento. As famosas bombas de academia mimetizam o efeito da testosterona e acabam estimulando os músculos e os ossos. Muitos são lícitos para situações específicas, como doenças degenerativas, anemia profunda e indivíduos soropositivos. O problema é que hoje se faz um uso muito recreativo e estético”, explicou Dr. Fillipo, enfatizando a necessidade de se ter acompanhamento médico.

Entre os efeitos colaterais do uso indiscriminado dos anabolizantes, está a involução dos testículos. “Toda vez que você dá um hormônio para a glândula [no caso, os anabolizantes], ela acha que pode tirar férias e para de produzir as substâncias. Já vi pacientes com 20 anos que ficaram estéreis. Só se pode comprar esse tipo de medicamento com receita médica. Os que vêm do mercado negro, a gente não sabe de onde vêm e o que contêm”, ilustrou o endocrinologista.

O empresário Tiago Farias, de 31 anos, usa anabolizante há 15 anos e afirmou nunca ter tido problemas porque conhece os produtos que compra. “Existem vários tipos de anabolizante falso, muitos no mercado que são óleo de cozinha, que custam um terço do normal. Outros que são drogas de animais. Também [algumas pessoas pecam] pelo uso indiscriminado”, defendeu o empresário.

Já o fisiculturista Maurício Marques, que já teve depressão e três enfartos, parou de usar anabolizantes há 20 anos quando duas artérias da perna entupiram. “A gente sempre tem curiosidade achando que o próximo anabolizante vai fornecer alguma coisa que o anterior não tinha”, explicou Maurício sobre o vício.

O fisiculturista também alertou para um procedimento perigoso que está sendo feito com atletas com o próprio consentimento. “Eles entram no esporte e óleos são injetados nos músculos”. Mas estes óleos, segundo Maurício, têm o efeito contrário do que se espera: “Até perde performance para fazer volume.”

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