“Me sentia vivendo um personagem”, diz Amara Moira antes da transição

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2016 11h31
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Johnny Drum/Jovem Pan

Transexual e profissional do sexo. A vida nunca foi fácil para Amara Moira, doutoranda em crítica literária pela Unicamp. Com 31 anos, Moira decidiu realizar a transição para o sexo feminino, além de explorar os prazeres de fazer sexo como uma profissão. A travesti explicou, em entrevista ao Jovem Pan Morning Show desta quinta-feira (18), que a experiência em se aceitar foi maravilhosa e que sentia estar vivendo um personagem durante toda a sua vida antes disso.

“É maravilhosa essa experiência, apesar de todas as pancadas. Antes eu me sentia vivendo um personagem, encenando para que me aceitassem. De repente tudo mudou”, explicou.

Amara revelou que muitas pessoas a classificaram como prostituta após fazer a transição sexual e que o assédio na rua se tornou muito pesado. “É uma coisa muito curiosa, vivi 29 sendo vista como homem, e a primeira coisa que senti quando virei travesti foi o assédio. Gente passando a mão, falando coisas pesadas. As pessoas me viam como prostituta só por eu ser travesti”.

Bissexual assumida, a doutoranda sempre gostou de explorar a sua sexualidade. Após encontrar na prostituição a oportunidade perfeita para atingir esse objetivo, Amara defendeu que o preconceito com a profissão se dá pelas pessoas acharem que “nascem sabendo transar”. Para ela, só uma profissional do sexo consegue ter habilidades de sedução e que muitos homens as procuram para poder explorar o novo.

“A vida inteira tive uma vida sexual ativa, com homens e mulheres. A prostituição me pareceu o lugar ideal para viver o que eu queria após a transição. Mudei com 29 anos e tinha medo de me prostituir por obrigação. Mas depois que vi que poderia fazer por minha vontade”, concluiu.

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