Mestres churrasqueiros brasileiros vão disputar mundial de churrasco nos EUA
Um grupo de profissionais do churrasco brasileiros participará do mundial de churrasco “Houston Livestock Show and Rodeo”, que acontece nos EUA. Essa é a primeira vez que o Brasil será representado no evento. Neste ano, equipes de mais de 200 países disputaram cinco categorias.
Daniel Lee, um dos integrantes da equipe brasileira, explicou ao Morning Show desta quarta-feira (13) como será a competição. “Apresentaremos corte defumado, usaremos aquelas defumadoras de uma tonelada. Todos nós participaremos em cinco categorias. Todos os pratos devem ser defumados. O peito bovino, por exemplo, vamos varar a madrugada [defumando]”, disse.
O evento é realizado todos os anos no NGR Stadium, em Houston. Além da competição entre os Pitmasters (Mestres Churrasqueiros), acontecem também exposições de gado de todo o mundo e rodeios.
Em se tratando dos animais que são matéria prima para o churrasco, Lee explica como os bovinos brasileiros se tornaram tão bem vistos no mundo. “Tivemos que aprender a fazer mudanças genéticas para que esse animal tenha qualidade, porque somos um dos grandes exportadores. Hoje temos tratamentos genéticos que permitem que tenhamos genes de raças taurinas no gado brasileiro”.
Ele ressalta que as mudanças genéticas são necessárias porque o Brasil não é um país de clima quente, “a proteína bovina, a raça primitiva, era de um animal de clima frio. Hoje vivenciamos uma gourmetização da carne, do mundo do churrasco. O Brasil não é uma país de clima frio, os bovinos precisaram se adaptar. Os bois de climas frio têm mais sabor. Os de clima quente perderam essa característica genética do marmoreio [a acumulação de gordura entre músculos nas carnes bovina e suína]. Perderam o que chamamos de qualidade da carne”, disse.
Para o pitmaster, a criação animal brasileira é bastante séria. “A criação animal é levada a sério no Brasil. Temos uma das melhores carnes do mundo, mas para o consumidor, vivenciamos essa gourmetização. Hoje temos boutiques de carnes com raças diferenciadas. Temos que confiar no selo da boutique, da carne”, aponta.
Da administração para a churrasqueira
Formado em administração de empresas, Daniel Lee não gostou muito da carreira após algumas experiências. Partiu para a indústria têxtil, o ramo da família sul-coreana que migrou para São Paulo.
Eu não me sentia preparado para trabalhar em comércio. Eu não gostei muito da carreira, mas sinto que aprendi a trabalhar. Eu segui o ramo da família no ramo têxtil. Metade da minha família nos Estados Unidos, lá eles tinham métodos diferentes de cocção que temos aqui e, pela facilidade de viajar, eu busquei estudar lá fora. Estudei para ser um açougueiro, me apaixonei pelo tema e fui me aproximando da arte de finalização, aí me formei como Metre Churrasqueiro”, contou.
Lee também estudou para ser juiz de churrasco em competições estadunidenses, “fui convidado para ser juiz de churrasco americano no Tennessee. Nos EUA, o churrasco é levado muito a sério, pode mudar a vida de uma família”.
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