"A mulher tem que buscar seu protagonismo", diz a escritora Clara Averbuck
Com o blog Lugar de Mulher, a escritora Clara Averbuck busca oferecer um conteúdo menos opressor para o público feminino. “É um site feminino com filtro feminista. O que a gente vê em sites dedicados a mulheres é uma coisa horrorosa. Basicamente fala como emagrecer e agradar o homem”, argumenta, dizendo que não aguenta mais isso.
“Uma das realidades da mulher é que ela não precisa mais agradar ao homem. Ela tem que buscar seu protagonismo agora”, afirma. Para ela, os homens não têm encarado essas mudanças com muita facilidade, e um dos motivos para isso é a falta de apoio do mercado de trabalho. Dar uma licença maternidade mais longa poderia ajudar, assim como permitir que os pais participem mais da vida dos filhos, como das reuniões escolares. “Os filhos têm que ser criados pelos dois, não só pela mulher”, defende.
Seu primeiro livro, Máquina de Pinball (2002), virou o filme Nome Próprio (2007), que tem pouco em comum com a história original. “O filme tem 20% do livro. Fiquei enlouquecida, eu ia nas sessões do filme para dizer que era uma adaptação livre”, relembra, divertida. A história fala bastante sobre música, uma das paixões de Clara, que é filha de Hique Gomez, do espetáculo Tangos e Tragédias. Ela conta que os dois chegaram a cantar juntos, mas ele tinha que se disfarçar para não ser reconhecido, já que é muito famoso no sul do Brasil.
Seu próximo livro, Toureando o Diabo, deve ficar pronto no mês de dezembro, através do financiamento coletivo. “Resolvi fazer crowdfunding porque a editora fica com 40% do lucro, a livraria com 50% e o autor só com 10%. É muito pouco”, explicou. A escritora classifica o estilo dela como bastante coloquial, e conta que se sente confortável com a voz em primeira pessoa de mulher ou de menina.
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