Não há como contar uma história desvinculada de visão ideológica, diz jornalista
Estreia nesta quinta-feira (24), em São Paulo, a peça “Não Vai Cair no Enem” do jornalista e escritor best-seller Eduardo Bueno, conhecido como Peninha.
Na palco, ele conta passagens da história do Brasil com humor e piadas ácidas. Peninha é especialista em história brasileira. Ele é Responsável pela coleção literária “Terra Brasilis” e por “Brasil: Uma História”, onde explica a história do país de uma maneira coloquial, voltada para os leigos.
Questionado sobre a existência de doutrinação de alunos por professores em escolas, ele afirma que não tem como contar uma história desvinculada de uma visão ideológica. “A história é uma fabulação, quem conta, edita. Ao escolher quem fica dentro ou fora, [quem conta] já está fazendo uma opção ideológica”, diz.
Para ele, as escolas são rígidas demais e tornam o aprendizado maçante. O escritor aponta que a história não é apenas uma matéria do currículo. “A história é algo vivo, construímos história todos os dias”.
Bastante crítico ao modo como os brasileiros exercem sua cidadania, Bueno reflete sobre o tema a partir da Independência do Brasil e da formação da República: “A república foi um golpe militar. Um golpe patético. O Deodoro da Fonseca proclama a Republica falando ‘digam ao povo’. Vamos [enquanto cidadãos] comemorar a Independência. Vamos ver onde isso aconteceu. Hoje [o Ipiranga] é um esgoto”, dispara.
Ele ainda conclui apontando que o povo brasileiro, no geral, é omisso. “No Brasil se manda dizer, o povo não é agente histórico, eles [governantes] mandam dizer. ‘Está feita a Independência, agora te vira’ [simula Deodoro da Fonseca]. Somos um povo omisso que não exercita a cidadania. O brasileiro nunca leu a sua história. Mesmo os cidadãos meio burros exercem sua cidadania nos EUA”, finalizou.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.