‘Não gosto nem permito que cheirem meu cabelo’, diz Rosangela Moro sobre denúncia de Júlia Zanatta
Em entrevista ao Morning Show, parlamentar afirmou que Marcio Jerry agiu de forma inapropriada na Câmara dos Deputados: ‘Vamos nos colocar na condição de vítima’
Nesta quinta-feira, 13, a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) participou do programa Morning Show e comentou sobre a denúncia de assédio no Congresso Nacional por parte da colega Júlia Zanatta (PL-SC). “Eu não sou realmente uma pessoa de mimimi. Com relação ao caso de ontem com a Júlia Zanatta, pode até ser que a palavra assédio não seja a melhor, mas é no mínimo uma postura inapropriada. Eu também não gosto, não quero e não permito que venham falar comigo cheirando meu cabelo, se encostem atrás de mim. Se naturalmente os colegas não entendem uma linha de respeito, a gente tem que verbalizar isso, sim”, declarou. “É a questão da tal sororidade. Se não se incomodar, está tudo certo. Mas, quando interfere, não tem outra alternativa a não ser defendê-la. Comigo eu também não gostaria. É errado, não podemos admitir. É no mínimo inapropriado, alguma resposta tem que ter. Nem que seja uma advertência. Não é o ambiente que queremos ou merecemos trabalhar. Vamos nos colocar na condição de vítima, assédio tem um conceito técnico, importunação tem outro conceito técnico. Foi uma reação que ela teve e não tem como discordar que a postura do parlamentar é errado”, acrescentou. Zanatta demonstrou incômodo com atitudes do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) e publicou fotos do momento. “Nunca dei liberdade para esse deputado nem sabia o nome dele, mas ele se sentiu livre para chegar por trás de mim”, escreveu Zanatta nas redes sociais.
Rosangela Moro também deu detalhes sobre o projeto do qual faz parte na Câmara dos Deputados, onde se juntou a uma equipe para fiscalizar a atuação de determinados setores do poder Executivo, como Educação, Saúde e Segurança Pública. “Essa sugestão se inspirou num modelo que o Reino Unido adota. Cada pessoa do Poder Executivo tem um correspondente no Poder Legislativo para acompanhar mais de perto, como se fosse uma subdivisão de tarefas. Tudo que é melhor planejado a gente consegue ter melhores resultado., 27 pessoas integram, cada qual com uma respectiva pasta. Eu vou integrar a fiscalização do Ministério da Saúde, que é uma imensidão. Ao invés de todo mundo ficar pesquisando e fiscalizando tudo, o que é impossível, foi dividido em pastas temáticas. Cada qual dentro de sua área de atuação”, explicou. A parlamentar também defendeu o legado da Operação Lava Jato e rebateu críticos das investigações “Eu não sinto nenhum constrangimento, sinto muito orgulho, porque a Operação Lava Jato mostrou uma sujeira de baixo do tapete e que a lei pode ser aplicada para todo mundo, doa a quem doer, independentemente de ser político, poderoso ou empresário. Toda artilharia é mirada em uma pessoa só. O que é mais fácil, desacreditar o sistema ou uma pessoa? As empreiteiras poderiam ter visto seus acordos de compliance, acordos de leniência antes de chegar na fase final da contratação de funcionários. A culpa não é de quem descobre o cadáver, a culpa é de quem mata”, concluiu.
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