“Não tem salvador e nem Cristo", diz Paulo Ricardo sobre políticos brasileiros

  • Por Jovem Pan
  • 12/07/2016 12h31
Jovem Pan

O cantor Paulo Ricardo sempre teve uma veia política, que vem desde a sua adolescência, passando por toda a sua carreira na banda RPM. Fundador do primeiro movimento anarquista da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, o músico disse na manhã desta terça-feira (12), ao Jovem Pan Morning Show, que as mazelas do poder toram os políticos todos corruptos e que não há nenhum salvador entre eles.

“Eu com esse tempo de estrada, nasci na ditadura. Passamos por vários tons de cinza. Existe uma coisa muito forte e maiores mazelas que é o poder. Ele é sedutor e em seu nome eles fazem as coisas mais terríveis. Temos que entender sob essa perspectiva. Não tem salvador, nem cristo e nem judas”, opinou.

O veterano de 53 anos participou dos movimentos prol impeachment de Dilma Rousseff, que segundo ele teve bases legais, mas que certamente não aconteceriam caso não houvesse essa grave crise econômica que o Brasil vem passando. Ele defendeu os protestos que levam a voz do povo às ruas e aproveitou para criticar quem fica apenas na internet.

“Você protestar contra o governo no Facebook é a mesma coisa que protestar contra o Obama na Disney. São pessoas mais jovens e concordei com as linhas gerais”, explicou.

Sem ver nenhum candidato em potencial para assumir o comando do Brasil, Paulo criticou todo esse clima de salvador da pátria que muita gente tem colocado nos ombros do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Para ele, o carioca não passa de “Tiririca ao contrário”.

“Eu acho que isso é uma coisa de tipo “Há vagas”. Está muito longe e nesse momento ainda não consigo vislumbrar um candidato. O que todos querem é estabilidade. O que eu poderia sonhar para os meus filhos é um governo ao estilo Canadá”, apontou o que seria o ideal para o país.

Carreira solo e RPM

Paulo Ricardo lançou o seu mais novo álbum solo, “Novo Álbum”, recentemente. O vocalista do RPM preferiu não rever os seus grandes sucessos e clássicos da carreira e produziu um trabalho inteiramente inédito e recheado de novas inspirações e conceitos. A balada “Sexy” é um grande exemplo disso, mostrando as influências que o cantor buscou no R&B e na Soul Music.

Já sobre o RPM, Paulo afirmou que eles são como uma família, em que você discute, se abraça e chora, funcionando basicamente como se fosse um casamento. O grupo que foi um dos grandes nomes do cenário oitentista que contou com diversas músicas criticando a política brasileira.

O jurado do Superstar revelou que ele e seus velhos companheiros compuseram canções sobre esse momento por qual o país está passando, mas que achou muito pesado lançar agora. “As pessoas não querem mais desgraças, elas querem uma fuga desses problemas”, justificou. “Elas estão prontas, é só dar o play”, completou.

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