"Não vão ser estruturas padrão China", adianta Gustavo Borges sobre obras das Olimpíadas 2016

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2015 11h04
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Amanda Garcia/Jovem Pan

Parte da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Gustavo Borges está bastante envolvido nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. O ex-nadador também será comentarista do evento esportivo na Rede Globo. Borges fala sobre as obras para os jogos: “acho que o investimento está sendo feito. Poderia ter começado quatro anos antes. Isso aconteceu na Copa e vai acontecer nas Olimpíadas. Vai ficar pronto em cima da hora, mas o show vai ser bonito”.

“Não vão ser estruturas suntuosas, não vai ser padrão China, a piscina vai ser temporária. Vão construir, gastar R$ 250 milhões, destruir e vão embora”, adianta ele. Gustavo conta que havia uma grande expectativa em utilizar o Parque Aquático Maria Lenk nas Olimpíadas, mas que isso não será possível por não comportar o número mínimo de pessoas. Segundo ele, algumas competições acontecerão lá, mas a piscina Olímpica será construída em outro local.

Gustavo relembra as Olímpiadas que participou, e conta que a Vila Olímpica é um local cheio de energia. “Tem 10 miljovens confinados ali”, argumenta. “Tem três tipos de atleta: o que vai para enfiar o pé na jaca, que acaba atrapalhando os outros, o que vai atrás de resultados, que pode ser bitolado, e o melhor deles, que é o intermediário. Esse é o grande vencedor”, descreve.

Segundo ele, o grande indicador de performance dos nadadores do Brasil para as Olimpíadas 2016 é o mundial de piscina longa, que acontece em Kazan, na Rússia, em 2015. “Na natação a gente tem boas chances. A minha previsão conservadora é uma medalha, a mais liberal é de quatro a cinco medalhas”, aposta.

Gustavo comenta o caso de Anderson Silva e o doping. “No doping funciona assim: você é culpado porque tem a substância no corpo, mas você tem que se defender e eu posso acreditar ou não se houve intenção ou não. No caso de Anderson ainda está nebuloso”, diz. Ele explica que muitas vezes os atletas compram remédios manipulados que podem ser contaminados na mesa de manipulação dos laboratórios. Remédios comuns como o Neosaldina, usado para dores de cabeça, também podem ser falsamente identificados como doping no exame. “Você tem que ter a noção do que acontece e tem que se proteger, a culpa sempre cai no atleta”, afirmou.

Depois da aposentadoria, que aconteceu aos 31 anos, ele tem se ocupado com vários projetos. Desenvolveu um método de ensinar natação, participa de palestras motivacionais em empresas e também faz parte da Comissão de Atletas do COB.

Ele também incentiva os filhos na natação. “Quando vejo meu filho e minha filha nadar, eu dou um toque e sei do que estou falando, tenho um olhar da parte técnica que eu posso contribuir, sim. Mas tenho que ver até posso ir, por causa do envolvimento emocional”, explica ele.

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