O cinema brasileiro cresceu muito e as comédias precisam se adaptar, acredita Marcos Veras

  • Por Jovem Pan
  • 05/11/2018 11h49 - Atualizado em 20/11/2018 02h32
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Johnny Drum/Jovem Pan <p>Marcos Veras foi o convidado do Morning Show desta segunda-feira</p>

Convidado do Morning Show, Marcos Veras, veio ao programa falar do seu novo filme, a comédia “Tudo acaba em festa”. O filme estreia na próxima quinta-feira (8). O longa-metragem é dirigido por André Pellenz, diretor de “Minha mãe é uma peça”, o tema do filme é a famosa – e aguardada – festa da firma de fim de ano. Tem quem odeie, tem quem ame, mas é festa com fofoca para mais de metro.

Veras trouxe o debate sobre a qualidade do cinema brasileiro e o preconceito que, para ele, ainda representa bloqueios para os longas nacionais. Para o ator, vivemos um momento de expansão de gêneros em filmes brasileiros, com o aumento de títulos de terror, suspense e policiais, fugindo do senso comum de que só há comédia nas telonas brasileiras.

“Acho que o brasileiro ama comédia, historicamente. Acho, inclusive, que o brasileiro sabe rir de si. Durante as eleições riu menos, mas acho que vamos voltar ao riso. O cinema brasileiro cresceu muito, poxa, a quantidade de filmes de terror brasileiros. Temos séries de ficção cientificas, temos drama, terror e a comédia sempre continuará. Mas a comédia precisa se adaptar” disse. Ele também pontou que é preciso reinventar constantemente o humor visto nas telas e fora delas, ”humor é perigoso de fazer. E se a piada não funcionar? Tem esse perigo, mas é um perigo bom. O politicamente correto é um saco para a comédia né? O humor tem que mudar, de forma inteligente, temos novidades, como os grupos de improviso, o pessoal do Porta dos Fundos, o próprio “Tá no Ar”. Temos que acompanhar [as mudanças]”.

O ator e apresentador também aproveitou para comentar os boatos de rachas entre atores da TV Globo devido aos posicionamentos durante as eleições. “Eu acho que está na hora de darmos um passinho, parar um pouco com a histeria, todo mundo querendo falar, histérico. É hora de dar uma pausa, preparar a festa da firma, Natal. […] tem gente que caiu na porrada por causa de política como pretexto para brigar com quem não gostava mesmo”.

Seguindo a onda de posicionamentos da parte de artistas brasileiros e até mesmo internacionais, Veras chegou a se manifestar durante os dois turnos das eleições de 2018. “Eu me coloquei durante a campanha, bem menos que muitos colegas, e também respeito que não se coloca, até porque isso gera muita ofensa e porrada, tem gente que dá conta e tem gente que não dá conta. […] eu sou politizado, mas não um cara entendedor de leis, eu escuto todo mundo. Não acho que devemos nos dividir, enquanto atores, por causa de política. Trabalhar com gente diferente de você é uma delícia”.

No filme, Veras interpreta Vlad, um funcionário do RH que recebe a missão do chefe de fazer uma festa para unir os funcionários que estão desmotivados. “No filme o Vlad é o cara apaziguador, que junta o financeiro e o jurídico, o chefe e o diretor. O humor é sempre uma válvula de escape para esses momentos”, disse.

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