“O dia do frevo deveria ser o ano todo", diz Alceu Valença neste 14 de setembro

  • Por Jovem Pan
  • 14/09/2015 16h05
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Wikimedia commons <p>Alceu Valença fala sobre o frevo</p>

Neste dia 14 de setembro, é celebrado o Dia do Frevo, ritmo musical brasileiro típico do estado de Pernambuco, terra natal do cantor e compositor Alceu Valença. Em bate papo com a galera do Morning Show, ele falou da importância do frevo e, inclusive, comparou com o jazz e o rock’n roll.

“O dia do frevo deveria ser o ano todo e tocado pelas rádios do Brasil todo, porque o frevo é uma música absolutamente genial, que tem um tratamento harmônico, melódico tão grande quanto o jazz e essas cosias toda e porque faz o povo pular como o rock’n roll. Precisamos olhar mais para dentro do que para fora”, comentou o artista.

Quanto ao jazz, Alceu contou que a semelhança do estilo com o frevo vem justamente das improvisações que marcam ambos os ritmos. “Acontecia essas improvisações, mas as improvisações fazem parte dos arranjos. No meio vai ter alguém que vai fazer o solo, com clarinete. É mais ou menos como o jazz, que tem também esse tipo de improvisação”, disse Valença.

Ainda de acordo com ele, o frevo vem das bandas marciais (militares), na época das grandes guerras. “Depois ele tomou uma outra melodia, uma outra harmonia e aí virou frevo. Mas vem sobre tudo daí, das bandas marciais”, explicou. “E existem vários tipos de frevo: existe o frevo canção e você vai encontrar também o frevo de rua, que na rua não precisa do vocalista, e você tem também o frevo de bloco, com bandolim e tal. Que reflete talvez um pouquinho a música portuguesa”.

Particularmente sobre a sua carreira como músico, Alceu contou que, apesar de ser considerado “doidão”, ele nuca usou drogas. “Eu sou doidão artisticamente, eu nunca usei drogas. Até antigamente era sinônimo de careta e quando me perguntavam eu dizia que não usei e, se usei, não gostei. Para não passar como careta. Sabe por quê? Porque eu já sou doidão de cabeça. É uma loucura em nome da arte”, comentou Alceu.

“Por isso é que eu, muito apaixonado pela cultura, virei artista. Mas eu não queria ser artista, a arte me puxou. Mas ela ia me puxar, porque eu sou jornalista, sou formado em direito, já trabalhei em escritório de direito, e, de repente, fiz uma música e mandei para o Festival da Canção e essa música passou no festival e eu cantei no Maracanãzinho junto com essas grandes estrelas que vinham do mundo todo. Mas eu não estava nem aí”, acrescentou Valença.

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