O Oscar mais uma vez foi politizado – mas todos esperavam que fosse mais

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2018 11h26
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Johnny Drum/Jovem Pan Crítico comentou bastidores do Oscar 2018

A expectativa do público sobre a 90ª edição do Oscar era grande. Por conta dos últimos acontecimentos que chacoalharam a indústria cinematográfica de Hollywood, como as denúncias contra o assédio sexual e a ofensiva dos movimentos feministas #MeToo e Time’s Up, todos esperavam que o destaque da premiação ficaria com seu teor politizado. Mas isso não aconteceu. Pelo menos não da maneira com que o público imaginava.

“Achei que seria mais político ainda. Eles suavizaram muito. Achei que seria como no Globo de Ouro, com todas as atrizes vestidas de preto, por exemplo”, afirmou o crítico Miguel Barbieri Jr. em entrevista ao Morning Show nesta segunda-feira (5).

O convidado ressaltou, no entanto, que algumas atitudes críticas aconteceram nas entrelinhas do evento. O grande vencedor da noite, por exemplo, foi A Forma da Água, filme que trata de temas relacionados à representatividade das minorias. Seu diretor, Guillermo Del Toro, inclusive, nasceu e cresceu no México, país há tempos na mira do presidente norte-americano Donald Trump. Além disso, a Melhor Atriz, Frances McDormand, fez um discurso empoderador dando voz à falta de trabalhos para as mulheres no meio.

Miguel ainda disse que concorda com a opinião da maioria dos espectadores: tirando isso, o Oscar deste ano de fato não foi nada surpreendente. Para ele, quem não acertou os quatro principais vencedores “estava bem por fora”.

“Achei que Três Anúncios para um Crime fosse ganhar, mas não me surpreendi com A Forma da Água. Ele é visualmente maravilhoso. Gosto do subtema da tolerância também. Pode ser que à primeira vista ele não te impressione, mas depois surge o efeito esperado. Não amei o filme, mas gostei. E é muito bacana o Oscar premiar um filme de fantasia. A academia costuma preferir ‘filmes de gênero’. Três Anúncios nesse sentido seria mais realista”, explicou.

E sabe o que faz com que a cerimônia fique assim, cada vez mais previsível? Segundo ele, a data. “O Oscar precisa mudar de data. Precisa ser em janeiro antes do Globo de Ouro. É que o Globo é quase um indicador de quem vai ganhar o Oscar. Isso sem contar nos outros prêmios de sindicatos que acontecem antes. Assim fica previsível. A data é errada”, concluiu.

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