“O teatro é algo chato”, opina Cacá Rosset sobre pouco público em peças

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2018 12h06
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Johnny Drum/Jovem Pan

A mais nova peça com direção assinada por Cacá Rosset, “Nem Princesas Nem Escravas”, estreou no Teatro Ornitorrinco no último fim de semana, em curtíssima temporada até o mês de julho. Com preços populares, o dramaturgo espera atrair um bom público para o espetáculo, algo que não é muito comum no dia a dia do brasileiro.

Em conversa com a bancada do Morning Show desta quinta-feira (17), Rosset deu a sua visão sobre os motivos que afastam o público das peças teatrais. Para ele, o principal motivo é que o teatro é chato e poucas peças tem o poder de cativá-los para criar uma curiosidade de outras pessoas.

“As pessoas vão muito pouco ao teatro, muito porque teatro é chato em geral. Quando o teatro consegue tocar uma corda oculta do espectador, se torna algo inesquecível”, disse.

Rosset também aponta o valor das entradas como outro grande impedimento para a presença de público nos teatros. Ele ressalta, porém, que o teatro precisa ser visto como uma opção de lazer e informação.

“Acho que a presença de espectadores é ridícula. O teatro tem que ser opção de lazer e informação habitual. O teatro é caro no seu normal. Nossa peça vai contra isso. O ingresso inteiro é R$ 30 e a meia-entrada custa apenas R$ 15. Eu convido todos para que venham nos prestigiar. A temporada é curta, vai apenas até 9 de julho”, complementou.

Sobre a peça, o também ator foi responsável pela tradução e direção geral do texto inédito no Brasil, que é de autoria do dramaturgo mexicano Humberto Robles. A obra aborda de forma irônica e humorada a resiliência e conflitos femininos. Em tempos do politicamente correto, será que Cacá tomou cuidado para não ofender nenhum tema contemporâneo? Segundo ele, a peça trata esses temas de uma maneira que fará o espectador dar risadas estrondosas e ainda acrescenta: “estou vacinado contra o politicamente correto”.

“Eu desde criança tomei todas as vacinas, inclusive contra o politicamente correto. Espero estar razoavelmente imunizado a isso. Evidentemente você vive num mundo onde se você olhar um pouco mais para lá, você entra nos trendings topics do Twitter. A questão dessa quase camisa de força que o politicamente correto colocou os autores, tem que ser implodido. Tudo você tem que ficar se policiando. Você não pode fazer coisas ilegais, como racismo. Agora se não comete nenhum crime, para mim vale tudo”, concluiu.

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