Padre Reginaldo Manzotti diz ter “medo” do islamismo e critica enganação de evangélicos

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2018 11h42
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Johnny Drum/Jovem Pan Religioso debateu temas da atualidade como pedofilia e relações homoafetivas

O padre Reginaldo Manzotti é um dos mais populares nomes da onda de padres cantores iniciada por Marcelo Rossi e Fábio de Melo. E bota popular nisso: ele já gravou com o pagodeiro Thiaguinho, o sertanejo Michel Teló e a dupla Simone e Simaria e arrastou quase 2 milhões de pessoas em seus shows. O que não são tão populares assim são algumas de suas opiniões. Ele diz, por exemplo, ter “medo” do islamismo e duvidar de parte dos líderes evangélicos.

“A igreja católica é a mais ecumênica de todas. Mas tenho uma preocupação com o islamismo. Existem pessoas boas evidentemente, a religião é boa, mas não sei o que vai dar no futuro. Faz parte do Alcorão o domínio de toda a terra. Não sei até que ponto eles são tolerantes para conviver conosco. Meu sentimento do padre é de medo em relação à postura do islã. Acredito que o islã precisa purgar suas feridas e radicalismos como nós fizemos. Vivemos em mundo de diálogo. Não podemos ser extremistas. Não digo que eles são os únicos, existem outros. É que todo fanatismo é perigoso”, afirmou em entrevista ao Morning Show nesta sexta-feira (23).

A discussão sobre a igreja evangélica veio em seguida. A bancada o questionou sobre o crescente aumento de evangélicos e a diminuição de católicos no Brasil. E foi mais uma vez bem direto. “É engraçado fazer uma proposta assim ‘me dá seu Fusca que Deus te devolve uma Limusine’. Isso atrai, né? Ou ‘vem para cá que resolvo todas as suas crises’. Eu não falaria que Deus vai curar suas doenças. Isso chama teologia da prosperidade. Nós, católicos, não fazemos isso por que não é verdade. É uma forma de ludibriar as pessoas. Então o número de evangélicos cresce porque, em um momento de crise, alguns líderes oferecem respostas fáceis para problemas graves”.

Manzotti comentou ainda outros temas que estão em alta nos últimos anos – muitos deles apresentados ao mundo religioso pelo Papa Francisco.  Quanto aos homossexuais, mantém uma relação tranquila. Acredita que toda a sociedade – incluindo a igreja – está aprendendo a conviver com a relação homoafetiva. Ele diz ter, por sinal, gays trabalhando ao seu lado. Entender a transexualidade, no entanto, parece ser mais difícil.

“Ainda acredito na criação. Deus fez o ser humano. Quando a grávida faz um exame na barriga e ele mostra um ‘pipi’, o bebê é homem! Não pode chegar uma lei de gênero e passar isso goela abaixo de todos. A igreja tem regras claras. Mas repito que isso não significa exclusão”, ressaltou. “Está difícil ser padre hoje em dia. Temos que dizer coisas que não agradam. mas não podemos ficar em cima do muro, temos que nos posicionar. Nenhum padre está autorizado a ser partidário, mas somos, sim, politizados”, acrescentou.

Obviamente um dos assuntos mais complicados do mundo religioso não poderia ficar de fora do debate. Afinal de contas, a igreja católica está conseguindo lidar da maneira correta com os casos de abuso sexual e pedofilia envolvendo alguns de seus representantes no Vaticano?

“É de fato uma ferida. Começou a mudar com o Papa Bento XVI, que teve coragem de colocar a mão ali e dizer ‘tolerância zero’. Acontece que esses casos são exceções. Qual instituição que não tem problemas? A igreja está cuidando das vítimas e dos padres. O erro é que me sinto estigmatizado. Tem bullying e preconceito acontecendo. Padre hoje ou é pedófilo ou é viado ou é comedor. Porque não acreditar que maioria é sério? O padre virou um sujeito suspeito”, criticou.  

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