Procurador cobra mudança na legislação para combater tráfico de drogas: "inadequada"
O tráfico de drogas é um problema que vem crescendo cada vez mais no Brasil, principalmente em São Paulo, com o Primeiro Comando Capital (PCC) formando o primeiro cartel brasileiro. Em entrevista ao Jovem Pan Morning Show, o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino criticou a atual legislação do país, que não dá apoio jurídico para que esse tipo de crime possa ser combatido com mais severidade.
Grande especialista no assunto, Christino acredita que só uma reforma legislativa pode contribuir para o combate ao tráfico de drogas. O procurador explicou que toda vez que um traficante é preso sem ter nenhum antecedente criminal, ele acaba sendo condenado por apenas 1 ano e 8 meses.
“Não critiquei o Luís Roberto Barroso, critiquei a lei. Ela é inadequada. Buscou ficar entre a liberação e não liberação das drogas. Essa lei permite ter o entendimento de que o fulano x não tiver antecedentes, pode responder como traficante privilegiado e pegar uma pena de 1 ano e 8 meses, uma das menores do mundo. Um cara com 700 kg é considerado como um traficante privilegiado por causa disso”, contou.
“Precisamos urgentemente de uma reforma legislativa. Nossa realidade de hoje não está compatível com a legislação que temos. Não temos, juridicamente, como se opor contra um cartel deste tipo”, completou.
O Narcosul é um problema cada vez maior no Brasil. Após a Colômbia perder espaço nos Estados Unidos com o tráfico de drogas, o país sul-americano voltou os seus olhos para o Brasil, segundo maior mercado de consumo do mundo. A aliança com o PCC foi inevitável por ser o grande distribuidor do país.
“O Narcosul foi veiculado no Paraguai e depois para cá. Você tem um global do tráfico de cocaína entre Colômbia e EUA. Hoje o México tomou esse lugar. Logo eles voltaram os olhos para o segundo maior mercado que é o Brasil. Como o PCC é o maior distribuidor, essa aliança foi inevitável. Nessa escalada tem o Paraguai que faz o entreposto, centralizam grande parte das operações”, finalizou.
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