‘Quem rotula feminismo de comunista é muito ignorante’, diz Mary Del Priore
Historiadora falou sobre seu livro ‘Sobreviventes e guerreiras: Uma breve história da mulher no Brasil de 1500 a 2000’ em entrevista ao Morning Show
Em seu livro mais recente, “Sobreviventes e guerreiras: Uma breve história da mulher no Brasil de 1500 a 2000”, a historiadora Mary Del Priore se propôs a lançar um novo olhar na trajetória da mulher no país desde a chegada dos portugueses. Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, nesta terça-feira (6), ela defendeu que o feminismo, dividido em diversas correntes, não pode ser classificado como comunista.
“Dentro do feminismo temos várias vertentes, ele não é único. Quem rotula o feminismo de comunista é muito ignorante, pouco conhecedor da História e do quanto as lutas femininas foram importantes para o Brasil”, afirmou ao pontuar que, sem o feminismo, as brasileiras hoje teriam o mínimo de participação e proteção legal, entre outras garantias do Estado.
No livro, a historiadora recontou as lutas femininas sem classificar as mulheres unicamente como vítimas. “Faltam muitos estudos mostrando como as mulheres reagem à violência, mas temos infinidade de notícias o tempo todo que realmente focam muito na questão da mulher como vítima da violência masculina. Esse livro faz o trajeto contrário.”
Mary contou que desde o século XVI, quando houve uma junção de patriarcalismos e machismos distintos ao redor do mundo com a exploração de novas terras pelos europeus, as mulheres já tiveram suas trajetórias pressionadas pelos homens. “Patriarcalismos diversos se juntaram para modelar a mulher, que encontraram brechas para resistir no trabalho, na sexualidade, nos cuidados com a família. Isso tudo vai permitir a mulher se empoderar desde o final do século XVIII”, apontou.
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