Rolando Boldrin diz que sertanejo é "música de norte-americano"
Rolando Boldrin é um dos maiores artistas da história do Brasil, tendo feito sucesso tanto com a música quanto como ator de novelas e filmes. Com 80 anos de idade e muito causo para contar, o lendário cantor está lançando o livro “A História de Rolando Boldrin – Sr. Brasil”, de autoria de Willian Corrêa e Ricardo Taira.
Em entrevista ao Morning Show desta quinta-feira (29), Boldrin relembrou diversos causos de sua vida e aproveitou para criticar a música brasileira da atualidade, que segundo é muito mais fábrica da cultura norte-americana do que a raiz do Brasil.
“Eu não sei o que é universitário. É feito na universidade? As duplas sertanejas nasceram da caipira. Para eles, em determinado momento, ficou pejorativa por conta da imagem do Jeca Tatu. Como é algo que vende muito e essas duplas perceberam, começaram a gravar músicas com influências americanas e mexicanas”, disse.
Para o veterano, a música caipira foi morrendo e dando espaço para algo totalmente descaracterizado.
“As coisas boas ficaram para trás, as bandas caipiras de verdade. Isso foi morrendo e foi tomando conta essa música que não é nossa, tanto na vestimenta quanto na obra. Descaracterizou a moda de viola, a toada e ficaram essas duplas. Isso para mim virou uma praga, só tem isso agora”, completou.
Um dos autores da biografia de Boldrin, Willian Corrêa passou um ano convivendo com o ídolo de infância para poder conhece-lo e ter base para escrever a obra. O jornalista da TV Cultura acredita que a geração atual precisa conviver com Rolando para aprender o que é ser humilde e simples.
“Essa geração precisa conviver com o Boldrin para aprender a ser gente. Essa vivencia com as estrelas do jornalismo me ensinou que não podemos achar ser o dono do mundo. Você convivendo com o Boldrin, você percebe a humildade e simplicidade que ele vive”, relatou.
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