"Temer cometeu erro estratégico que pode prejudicar governo", diz cientista político

Beto Barata/PR

O cientista político Roberto Romano afirmou em entrevista ao Jovem Pan Morning Show desta quinta-feira (26), que o governo Michel Temer cometeu um erro estratégico ao dar cargos de ministro para políticos investigados na operação Lava-Jato. O professor de ética da Unicamp ainda classificou como “muito grave” as declarações de José Sarney em aúdio vazado na última quinta-feira.

Segundo Romano, o mandato de transição do ex-aliado de Dilma Rousseff pode acabar prejudicado com as denuncias de corrupção que vem sendo reveladas por meio de áudios vazados.

“O Temer tentou fazer um governo de transição, mas parece que foi um erro estratégico convidar pessoas que ele já sabia estar no alvo da Lava Jato. Foi um erro que pode prejudicar o governo”, opinou. “O que o ex-presidente Sarney disse nessa gravação é muito grave. Ele disse que sem advogados, ele poderia conter o Sergio Machado na Lava-Jato”, completou.

Questionado sobre a opinião de algumas pessoas sobre o afastamento de Dilma, que definem todo o curso como golpe, Romano explicou que estuda golpes há mais de 40 anos e que não houve nada errado no processo. De acordo com ele, a única tentativa de golpe foi tomada pela própria presidente, quando tentou nomear Lula como ministro para lhe dar foro privilegiado.

“Eu estudo a questão do golpe há mais de 40 anos. Nunca vi um golpe isolado. Desde o Século XVII você tem um golpe seguido de contra golpe. O que ocorreu nessa tentativa de golpe foram contra golpes. A presidente tentar nomear o Lula foi um golpe”, ressaltou.