Tetracampeão Paulo Sérgio compara seleções de 1994 e 2018 e cobra mais "maturidade"
Ele conquistou, pelo Corinthians, o Campeonato Brasileiro de 1990. Pelo Bayern de Munique, o Campeonato Alemão de 1999-2000 e 2000-2001, a Copa da Alemanha de 2000-2001, a Supercopa de 1999-2000, a Copa Intercontinental de 2001 e a Liga dos Campeões de 2000-2001. Mas é lembrado principalmente, claro, pelo tetracampeonato da Seleção Brasileira de 1994. Atuando hoje como gestor esportivo, Paulo Sérgio esteve na bancada do Morning Show nesta segunda-feira (18) e comentou nossa tão criticada estreia na Copa da Rússia. Embora esteja otimista com a chegada do hexa, declara, com propriedade, o que ainda parece faltar no time do técnico Tite: foco e disciplina.
“Ontem ficamos tristes com o resultado, esperávamos uma vitória, uma estreia mais convincente. Nesse primeiro jogo pesou a ansiedade e o fato de o jogador principal [Neymar] não estar em um bom dia. Há muitos fatores que uma Copa traz a um jogador. Na estreia de 1994 eu vi isso, exige muito do atleta”, disse.
“Na ocasião, o Brasil não ganhava uma Copa há 24 anos. Minha geração ainda não tinha visto uma vitória. A pressão era muito grande. A maioria dos jogadores do time tinha jogado em 1990 e passado pelas piores experiências possíveis. Mas chegaram e falaram ‘olha, precisamos jogar certinho, chega com isso de mulher aqui, vamos concentrar, sem oba oba’. Aí montamos o esquema tático certo, marcando e sabendo que em um momento ou outro o Baixinho [Romário] e o Bebeto fariam gols. A Seleção era muito compacta e séria. A maturidade fez com que ganhássemos”, completou.
Nesse contexto, o ex-atacante mostrou certa preocupação com nosso atual camisa 10. De acordo com ele, o craque precisa ser um atleta mais centrado e disciplinado para ajudar o restante do elenco, e essa postura pode – e deve – ser cobrada não só pelo técnico Tite, mas também pelos jogadores mais experientes, como o zagueiro Miranda e o lateral Marcelo.
“O Neymar já provou que consegue nas últimas Olimpíadas. A Seleção começou muito mal, com a imprensa caindo de pau, e ele mudou postura dele de jogo. Depois disso vimos outro Neymar e a Seleção conseguiu vencer as Olimpíadas pela primeira vez. Precisam chegar nele e falar ‘precisamos de você, toca mais a bola, faz a bola girar’. Ele é muito novo, vai aprender muita coisa ainda, precisa de outras pessoas para ajudá-lo. No meu ver, inclusive, teria que ter sido substituído ontem”, opinou.
Paulo Sérgio esteve na bancada para divulgar o lançamento de sua autobiografia, intitulada Transformado Para Vencer (Editora Mundo Cristão). O livro já está à venda nas principais livrarias do país. Mais informações podem ser encontradas nesse link.
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