Todos somos machistas; o feminismo é uma postura diária, diz Mônica Martelli
A atriz Mônica Martelli chega às salas de cinema no próximo dia 25 de dezembro com o longa-metragem “Minha Vida em Marte”. O filme é totalmente inspirado em suas experiências pessoais e aborda a vida romântica e sexual de uma mulher “extremamente feminista”. A atriz explica que, para ela, “o feminismo é uma postura diária. Solteiro ou casado, [um homem] pode ser machista. O feminismo é você todo dia de manhã pensar ‘hoje eu não serei machista’”, disse.
No filme, que é uma continuação do seu sucesso anterior “Os Homens são de Marte…e é pra lá que eu vou”, a atriz contracena com o humorista Paulo Gustavo. A personagem interpretada por Martelli é Fernanda, uma mulher com um casamento em crise devido a rotina. A atriz explica que apesar da personagem buscar o amor em um homem, isso não a torna menos feminista.
“A Fernanda é uma personagem extremamente feminista, não fica com homem que ela não quer. Ela é independente. Ela rompe um casamento com mais de 40 anos em uma sociedade machista onde a mulher depois dos 40 é invisível. As mulheres acabam aguentando de tudo no casamento para ter um homem do lado”, reflete. Ela ainda pontua: “Eu amo estar apaixonada, adoro, [apesar de] eu querer o amor, eu não abro mão de tudo por um homem. Eu gostar de estar apaixonada não significa que eu não seja feminista”, cravou.
‘Meu namorado forçou o sexo’
No programa “Saia Justa”, da GNT, a atriz já havia falado sobre como perdeu a virgindade. Ela voltou a tocar no assunto no Morning Show desta sexta-feira (14). Martelli explica que não sabia que havia sido estuprada pelo namorado quando perdeu a virgindade. “Meu primeiro namorado forçou e nós transamos em um luau na praia”, contou.
Eu sou filha de uma feminista
A atriz é filha de Marilena Pereira Garcia, do PT-RJ. Garcia foi vereadora na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro. Eleita no primeiro pleito pós-regime militar. Na época, a Câmara Municipal de Macaé não tinha outras políticas mulheres. Justificativa dada para a ausência de banheiro feminino no prédio da Casa.
Martelli contou a bancada do Morning como sua mãe lidou com o machismo dos colegas, “Ela se elegeu vereadora com 38 anos em uma cidade extremamente machista, com uma Câmara Municipal só de homens, a Câmara não tinha pinico, minha mãe fazia sessões com um pinico em cima da mesa para reivindicar banheiro feminino. Ela tinha que atravessar a rua para ir ao banheiro”, conta.
Caso João de Deus
Sobre as mais de 300 denúncias de estupro e assédio sexual contra o médium espirita João de Deus, Martelli disse que espera ver a apuração de todas as denúncias. Para ela, “onde há muito poder, há deturpação” e isso se reflete em espaços religiosos.
“Usar o Sagrado, a Fé, a Fragilidade das pessoas, usar esse momento para abusar dela é de uma crueldade que não tem tamanho. Nesse espaço de fé absoluta, é muito cruel. Espero que essas denúncias sejam apuradas. É importante a gente perceber que esses guias espirituais não podem guiar nossa vida, apenas nos inspirar”, pontuou.
Apesar das denúncias, ela ressalta que é importante que se critique as pessoas que cometeram erros, mas não os espaços de fé. “Existe cura nesses lugares, é a nossa fé interior que cura”, refletiu.
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