MP não acha adequado Vale e BHP administrarem fundo de recuperação

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2016 13h28
Rogério Alves/TV Senado Rogério Alves / TV Senado O distrito de Bento Rodrigues, em Mariana após rompimento da barragem de Fundão

 O Ministério Público de Minas Gerais considera arriscada a criação de um fundo controlado pelas empresas Vale e BHP. As duas são donas da mineradora Samarco e apresentaram a ideia em negociações com o governo federal. As companhias querem administrar o dinheiro da fundação responsável por reparar os danos da tragédia Mariana.

Em Brasília, as conversas sobre o caso começaram semana passada. A verba em discussão também inclui pagamentos aos moradores do distrito destruído pela lama. Guilherme Meneghin acompanha a situação deles desde o desastre, em 5 de novembro de 2015. Na opinião dele, como promotor de Direitos Humanos, o importante é que o dinheiro seja fiscalizado: “Eu acredito que a liberação mediante alvará judicial tem um controle maior, permite que a empresa preste contas de uma forma efetiva, dentro de um processo formal. Particularmente não vejo como uma estratégia muito apropriada essa de criar um fundo sob responsabilidade da empresa que é ré, que causou os fatos. Vejo com certo risco de que o recurso não seja utilizado da maneira mais apropriada”.

Outro objetivo do governo com as negociações é retomar as atividades da Samarco. A mineradora é a principal fonte de renda em Mariana. Porém, o prefeito do município, Duarte Junior, entende que a empresa não está ainda preparada: “Mariana depende da empresa para que ela continue a gerar empregos. Mas não adianta a gente querer defender o trabalho da mineradora sem ela estar preparada para isso, com um plano de segurança adequado, licenças ambientais normatizadas dentro da lei. A gente aguarda que a empresa primeiro se reestruture e continue dando suporte às pessoas envolvidas nessa tragédia”.

O plano de emergência da Samarco foi entregue com atraso na terça-feira (19/01). No momento, o documento está sendo analisado pelo Ibama.

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