Mulheres se igualam aos homens no índice de infartos, por estresse e jornada dupla
Ao se igualar aos homens em muitas funções, a mulher conquistou, além de independência, problemas de saúde. Segundo a OMS, um terço de todas as mortes relacionadas ao sexo feminino ocorre devido a doenças cardiovasculares.
Segundo a cardiologista Roberta Saretta, do Hospital Sírio-Libanês, a rotina mais atribulada, a expressiva participação no mercado de trabalho e a segunda jornada em casa alimentam fatores de risco silenciosos como colesterol alto, hipertensão e sedentarismo. Outro fator preocupante é que não faz parte da rotina da mulher realizar check-ups cardíacos: “Basicamente a doença é atrelada ao gênero masculino, mas com a mudança do estilo de vida, os fatores de risco e a rotina que a mulher assumiu, o risco foi aumentando no sexo feminino e hoje é quase meio a meio, com 48% em mulheres e 52% em homens. Então as mulheres infartam hoje em dia tanto quanto os homens”.
A partir da menopausa, deve-se começar um acompanhamento periódico, como os homens fazem. É a partir desta época que o músculo perde uma proteção natural dos hormônios femininos. Roberta Saretta ressalta que os sintomas de um infarto em mulheres são diferentes: “Elas tem dor de estômago, sensação de fadiga, queimação, falta de ar, sintomas que muitas vezes elas atribuem a um quadro de cansaço, a um dia mais extenuante”.
As mulheres, ao procurarem um médico, geralmente não é um cardiologista. E a demora no diagnóstico piora o quadro. De acordo com o cardiologista, Roberto Kalil Filho, o grande problema ainda é a prevenção: “Existe um mito. Nós procuramos cada vez mais colocar na cabaça das mulheres que elas também podem infartar”. Hoje 17 milhões de brasileiras têm problemas cardiovasculares.
Informações: Carolina Ercolin
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