“Não é mera coincidência”, diz Gilmar Mendes sobre episódios com marqueteiros
Com os depoimentos de João Santana e sua esposa sobre o dinheiro recebido em um esquema de caixa dois da Odebrecht, o ministro do STF Gilmar Mendes aponta para as semelhanças com o caso do também publicitário Duda Mendonça, que comandou diversas campanhas políticas vitoriosas e que foi acusado de envolvimento no escândalo do mensalão.
Em entrevista à Jovem Pan, o ministro fala que as similaridades do caso merecem atenção: “É a segunda vez que temos episódios bem parecidos com marqueteiros, pelo partido do governo, e tesoureiros do partido presos. Isso sugere que não é mera coincidência, que há um tipo de prática que existe e que exige de todos nós uma postura mais atenta”.
Mendes também comentou o andamento do processo de cassação de Dilma Rousseff, e estima que a deliberação saia ainda em 2016: “Esse processo sofreu um atraso porque a relatora Maria Thereza indeferiu o pedido do PSDB. Nós levamos bastante tempo para discutir a admissibilidade da ação, já que se trata da primeira ação de impugnação de mandato executivo presidencial. (…) Agora que o processo começa, eu estimo que vamos ter aí mais uns 6 ou 8 meses, mas é difícil prever, vai depender da definição das provas e contraprovas. (…)Esse é um processo torturante, instabiliza por demais as relações sociais e políticas”. Mendes acredita que encaminhamentos alternativos seriam mais adequados ao País.
Para o ministro, o Brasil vive momentos singulares e a situação é muito grave do ponto de vista econômico e político: “De fato há uma sensação realmente de falta de governo, de certa anomia, falta de inciativa e uma anestesia das lideranças políticas”.
Confira a entrevista completa com Gilmar Mendes no Jornal da Manhã.
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