“Não podemos comemorar”, diz especialista sobre superávit
A combinação da retração da atividade econômica com a alta do dólar colaborou para o primeiro superávit da balança comercial brasileira para meses de janeiro desde 2011. O saldo positivo foi de US$ 923 milhões em janeiro de 2016 contra déficit superior a US$ 3 bilhões no mesmo período do ano passado. Em relação a 2015, as exportações tiveram queda de 13,8% e as importações recuaram 35,8%.
O diretor do Departamento de Estatística do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, diz a Luciana Verdolin os fatores que influenciaram o resultado: “A balança comercial é influenciada pela redução dos preços dos produtos na exportação. Mas por outro lado, há o aumento do volume exportado, o câmbio que influencia no resultado, já que aumenta a competitividade dos bens exportados e encarece os bens importados, e há também uma menor atividade econômica que reduz a demanda por importações”. Herlon Brandão ressalta que as importações vêm apresentando queda desde o segundo semestre de 2014.
O presidente da Associação Comércio Exterior do Brasil, José de Castro, explica a Anderson Costa que o resultado não pode ser comemorado: “Nós estamos trocando um saldo positivo de divisas por um saldo negativo de empregos. O mercado interno está em queda de atividade econômica. Não podemos comemorar. O que precisamos hoje é de atividade econômica para gerar emprego”. José de Castro enfatiza que o país está pagando com a perda de empregos este acúmulo de divisas.
Além do câmbio e da recessão, a queda nas importações ocorreu devido às chuvas, que reduziram a compra de gás e diesel para as usinas térmicas.
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