Nas mesmas condições, voo dentro do Brasil é mais caro que internacional
A alta do dólar, uma carga tributária excessiva e a recessão na economia são os grandes desafios para o setor aéreo brasileiro em 2016. Como a maioria dos gastos está atrelada à moeda norte-americana, as companhias sofrem com o encarecimento das operações.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, as quatro maiores aéreas do país tiveram prejuízo de R$ 1,6 bilhão em 2014. De janeiro a setembro de 2015, TAM, Gol, Avianca e Azul registram perdas de R$ 3,7 bilhões, sendo que apenas a Azul teve lucro no ano anterior. A inflação em alta e a consequente redução do poder de compra dos brasileiros diminuem a busca por assentos, piorando as projeções.
O analista do setor de aviação, Cláudio Magnavita, diz a Daniel Lian que a falta de ação do governo agrava ainda mais o cenário: “Não se trata de ajudar ou dar subsídio a empresas privadas, mas de criar regras justas. Uma aeronave que decola de Guarulhos para Buenos Aires, e a mesma aeronave que decole de Guarulhos para o nordeste, em um voo que tenha exatamente a mesma duração, a empresa que voa dentro do Brasil vai pagar 25% de impostos mais caros do que a que empresa que está indo para Argentina. Isso é injusto”. Cláudio Magnavita defende uma redução imediata de impostos para as empresas aéreas, consideradas vitais para a economia.
O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo, Cláudio Candiota, vislumbra um quadro nada animador: “Quem é que acredita em um país que não tem moeda, em que a moeda sofreu uma desvalorização de 100% em dois anos? Outro problema é essa insegurança, ninguém sabe o que vai acontecer”. Cláudio Candiota afirma que as companhias precisam buscar alternativas para se adequar às condições restritivas do mercado brasileiro.
Em dezembro, as passagens aéreas foram os itens que mais pesaram na inflação, que encerrou o ano em 10,67%, a maior em 13 anos.
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