“Nem tudo que a gente estraga nós conseguimos consertar”, diz professor sobre rompimento em Mariana

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2015 08h23
Resplendor (MG) - Imagem aérea mostra a a lama no Rio Doce, na cidade Resplendor ( Fred Loureiro/ Secom ES) Fred Loureiro/ Secom ES Rio Doce com Lama

 Para o professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Marcus Vinícius Polignano, boa parte dos danos causados pela tragédia de Mariana e seus impactos no Rio Doce não serão recuperados. Mesmo com a cobrança de multas, o dinheiro não poderá impedir os danos ambientais: “Nem tudo que a gente estraga, conseguimos consertar. A gente pensa que pode sujar, poluir e depois consertar com dinheiro, mas estamos falando de sistemas naturais, que você não encontra no mercado para remontar”.

Ele diz que a situação é muito grave porque o rompimento chegou com força total no rio: “O que aconteceu com o rompimento é gravíssimo, com 60 milhões de m³ de rejeitos entrando rio abaixo. A lama veio com toda energia no rio e agora vai chegar ao Oceano Atlântico”.

O professor ainda explica por que ele acredita que não será possível recuperar o Rio: “Quanto mais perto do rompimento, essa lama tem uma densidade e ela faz uma liga, ou seja, ela pavimentou. Vai ser muito difícil limpar isso”. Polignano defende que a tentativa de limpar essa sedimentação para tentar diminuir o impacto é boa, mas diz que não devemos ter a ilusão de uma recuperação plena. Ele finaliza: “Temos que evitar que situações como essa aconteçam novamente”.

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