No 2º turno, apenas um dos 57 municípios elegeu uma mulher para a Prefeitura

  • Por Jovem Pan
  • 01/11/2016 10h33
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urna eletrônica. Foto: Nelson Jr./ ASICS/TSE Nelson Jr./ ASICS/ TSE Urnas eletronicas para segundo turno

Pela segunda vez em uma eleição municipal a lei que determina que cada partido ou coligação deve preencher um mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo esteve estava valendo.

Considerada um avanço para atingirmos a igualdade de gênero a medida não impediu, porém, que as mulheres continuassem tendo baixa representatividade na política.

Seis mulheres disputaram o segundo turno das eleições municipais no último domingo, apenas uma, a tucana Raquel Lyra, levou o pleito. Ela foi a primeira mulher escolhida para ocupar a prefeitura de Caruaru, em pernambuco.

No primeiro turno a proporção de mulheres eleitas para o executivo também foi baixa.

Dos 5.506 candidatos que foram eleitos prefeitos no primeiro turno das eleições de 2016, apenas 637 foram mulheres.

Se já temos uma lei, se já há campanhas exigindo maior equidade o que então está faltando?

A Chefe do Gabinete dentro da presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Dul, Débora do Carmo Vicente, levantou dois entraves: “a gente tem o quadro que a gente não consegue imaginar que é uma exigência mínima de 30% de mulheres com um máximo de 15% do fundo partidário”.

A procuradoria geral da república já ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade pedindo a retirada deste teto para o investimento nas campanhas femininas.

Um levantamento feito pela ONU Mulheres revelou que, em 2014, o valor médio das doações de campanha recebidas pelos homens foi praticamente 3 vezes maior do que o recebido pelas mulheres

Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, Katia Boulos, trouxe outros aspectos importantes para a questão. “O que nós identificamos é que existe barreira de entrada. Outra questão é que são candidaturas que acabam não sendo levadas a efeito, existem apenas para registros das incrições dos partidos”, disse.

Se no poder executivo os dados não são otimistas, no Legislativo a coisa não anda muito melhor não. Neste ano, apenas 13,5% dos vereadores eleitos foram mulheres. Vale lembrar que 52% do eleitorado era composto por mulheres.

*Informações da repórter Helen Braun

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