No Brasil, as Forças Armadas têm dupla tarefa, diz Aldo Rebelo

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2016 09h06
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Brasília - O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, fala sobre a atuação dos militares no combate ao mosquito Aedes aegypti em todo o país (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil Aldo Rebelo

 No sábado (13/02), uma força-tarefa com 220 mil militares será mobilizada para visitar 356 municípios com o objetivo de fiscalizar três milhões de residências e combater os focos de criadouros do mosquito Aedes aegypti. As Forças Armadas já operam no combate do mosquito, por causa da dengue, há cinco anos, apoiando as prefeituras e orientando moradores. Com a ameaça do vírus zika, os soldados novamente foram solicitados.

O ministro da defesa, Aldo Rebelo, em entrevista ao Jornal da Manhã, explicou as etapas da mobilização: “Temos quatro fases, a primeira foi a limpeza de imóveis e áreas públicas e palácios, a segunda vai ser essa com os 220 mil militares nos municípios, depois colocar inseticida nas casas e a quarta fase será acompanhar as escolas, junto com o ministério da educação, para esclarecer os estudantes”.

Rebelo afirma que entre 70% e 80% dos casos de dengue e outras doenças ligadas ao Aedes aegypti são causadas por focos dentro das casas e, por isso, reitera que se a população não se mobilizar vai ser difícil combater o mosquito.

Sobre a MP que autoriza as forças armadas a entrarem “à força” em imóveis abandonados, Rebelo explica que muitos desses locais podem ser focos do mosquito e também precisam ser vistoriados: “Conversei com um comandante militar do sudeste, que ajudou a prefeitura de São Paulo com homens para percorrer 33 mil domicílios, mas em 10 mil não tinha ninguém e em 1.000 tinha gente, mas não autorizaram a entrada porque eram vigias, porteiros e o proprietário não estava. Se nesses locais não forem removidos os focos fica difícil (combater o Aedes aegypti)”.

Com a falta de recursos para investir no próprio exército, Rebelo foi questionado sobre qual o impacto de retirar o exército de suas funções, como o controle das fronteiras, para essa ação contra o mosquito, e o ministro respondeu: “Fazemos essas atividades subsidiariamente. Apoiamos a distribuição de água, acompanhamos obras, populações ribeirinhas. Não é a nossa finalidade, não é nossa missão, mas em um país como o Brasil as forças armadas têm essa dupla tarefa. Somos uma força auxiliar que atua temporariamente. (…) O exército sempre recebeu ações humanitárias com entusiasmo porque pode ajudar os cidadãos, é um ato de solidariedade aos brasileiros”. O ministro afirmou que existe de fato escassez de recursos para as Forças Armadas, mas que não faltam recursos para as atividades principais.

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