No dia da posse de Nelson Barbosa, dólar passa dos R$ 4 e Bolsa de São Paulo despenca 1,62%
Dólar passa dos R$ 4 e Bolsa de São Paulo despenca 1,62% no dia em que a nova equipe econômica do Governo Dilma tomou posse. O mercado desconfia de Nelson Barbosa porque o agora ministro da Fazenda teria ajudado a arruinar o país com a Nova Matriz Econômica do PT. Além disso, ele está envolvido nas irregularidades denunciadas pelo TCU mais conhecidas como “pedaladas” fiscais.
Em entrevista a Denise Campos de Toledo, o economista Eduardo Velho admite que o mercado deu um voto de descrédito a Nelson Barbosa: “O mercado foi racional apesar da sinalização do ministro de que ele quer cumprir a meta, que está preocupado com a inflação. O mercado não acredita exatamente no discurso para a prática, ou seja, haverá um tempo para ele conquistar reputação”.
O Relatório Focus do Banco Central revisou para o alto a aposta na inflação deste ano, que sobe para 10,7%, com recessão de 3,7%. A economista Zeina Latif diz que a inflação de alimentos contamina outros itens e todos os empresários passam a se defender com a alta dos preços: “Os empresários, de forma geral, que antes tinham uma postura mais cautelosa em repassar custos, porque tinham receio da perda de market share, aos poucos esse receio vai sendo corroído. Ele olha para o lado, vê que está tudo subindo e pensa ‘tenho que repassar e preservar a margem’”.
Outro economista concorda que falta a Nelson Barbosa a credibilidade necessária para mudar o clima pessimista entre os agentes econômicos. A recessão esperada para 2016 já bate em 2,7% e o economista Marcel Caparoz adverte que o dinheiro será mais curto para todos no ano que vem: “Você tem uma renda caindo rapidamente, as famílias não tem capacidade de comprar, de se endividar, os juros crescendo cada vez mais, então a tendência é que você tenha no setor do comércio uma queda muito forte, e é um setor que emprega muito”.
Diante de um cenário que os economistas chamam de “desancoragem” da inflação, o mercado espera novas elevações de juros nas reuniões do Copom. Será um novo teste de imagem para Nelson Barbosa, que sempre defendeu a taxa Selic bem baixa para o desenvolvimento do país.
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