Noite de protestos e saques na Venezuela deixa ao menos 11 mortos
Governos de 9 países latino americanos, dentre eles Brasil argentina e méxico, condenaram fortemente a violência na Venezuela e apoiaram uma declaração da ONU que pede que Governo e oposição retomem o diálogo e busquem medidas concretas contra a crise.
Depois dos protestos duramente reprimidos desta 6a feira, houve novos confrontos no centro de Caracas. No meio da confusão, lojas foram saqueadas.
A imprensa venezuelana afirma que, ao menos, 7 pessoas morreram eletrocutadas quando saqueavam o frezer de uma padaria.
Outras duas pessoas teriam morrido baleadas.
O governo divulgou que grupos armados teriam sido contratados pela oposição atacaram uma maternidade com mais de 50 crianças e o hospital precisou ser esvaziado.
Em meio à forte repressão na Venezuela, uma mulher gravou o momento em que foi baleada por um policial na cabeça.
Ela filmava membros da Guarda Nacional Bolivariana disparando à queima-roupa contra supostos manifestantes, enquanto avançavam por uma rua deserta.
Um dos policiais disparou o fuzil contra a mulher que gritava e o insultava.
Guardia venezolano dispara y le da a una mujer que grababa con su celular dentro de su casa. #INDIGNANTE pic.twitter.com/sBIabU8s34
— Yusnaby Pérez (@Yusnaby) 20 de abril de 2017
LE DISPARARON DENTRO DE SU CASA: Esta es la venezolana que fue herida mientras grababa la represión de la GNB dentro de su casa. pic.twitter.com/DKxdJz4leC
— Yusnaby Pérez (@Yusnaby) 20 de abril de 2017
O telefone caiu das mãos da vítima. Por sorte, a bala atingiu de raspão o queixo da mulher.
O vídeo foi compartilhado nas redes sociais por Yusnaby Pérez, correspondente da emissora Univisión 23, e viralizou rapidamente. No entanto, ainda não se sabe onde e quando ocorreu o incidente.
Os protestos começaram após sentenças do principal tribunal do país, que retiraram a imunidade dos deputados e assumiu as funções do Parlamento, único poder público controlado pela oposição. A pressão internacional provocou a anulação parcial das sentenças.
Maduro, cujo mandato prossegue até 2019, afirma que “a direita extremista venezuelana” busca um golpe de Estado com o apoio do governo de Donald Trump. Mas a oposição insiste que deseja retirar o presidente do poder pela via eleitoral.
Nicolás Maduro rejeita uma antecipação das eleições e pede aos adversários um diálogo, assim como o abandono do que chama de “agenda golpista”.
De acordo com as pesquisas, sete em cada 10 venezuelanos reprova o governo, asfixiados por uma severa escassez de alimentos e remédios, além de um inflação que segundo o FMI deve alcançar 720,5% este ano, a maior do mundo.
Para manter a pressão, os líderes da oposição convocaram para sábado uma “marcha do silêncio” até a sede da Conferência Episcopal e para segunda-feira um bloqueio das estradas.
Reportagem de Carolina Ercolin. Ouça-a AQUI.
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