Nos EUA, candidato pode ser eleito com menos votos que o adversário; entenda
Todos os dias, uma nova e diferente pesquisa de intenção de voto nos Estados Unidos é divulgada.
Para nós que estamos acostumados com resultados rápidos e simples das urnas, entender a eleição americana é como decifrar um enigma matemático ou estar em uma aula de geografia.
A verdade é que a eleição para a Casa Branca não é direta. Até a próxima terça-feira (08), os cidadãos americanos votam em delegados eleitorais, que respeitam e transmitem o resultado em cada estado.
São 538 deles distribuidos pelas federações. Alguns tem mais do que os outros. Califórnia tem 55 e Texas 38.
Quem for mais votado no estado, por mais que a margem seja bem pequena, leva todos os delegados. Quem somar 270, mais da metade dos 538, é eleito.
Agora, parece improvável, mas esse sistema americano, por mais que dê mais peso a algumas regiões, obriga o candidato a buscar votos nos quatro cantos do país.
O professor de Relações Internacionais da FAAP, Marcus Vinicius de Freitas, afirma que o sistema leva o próximo presidente a sujar os sapatos.
California e Nova York, por exemplo, são os estados com mais delegados. Mas eles não são os focos de atenção porque tradicionalmente elegem democratas.
Agora Flórida, Ohio, Pennsylvania e Colorado são indefinidos. Por esse motivo, Hillary Clinton e Donald Trump vivem fazendo comícios lá.
Sites americanos especializados em política disponibilizam na internet o mapa da situação atual da disputa.
O Real Clear Politics vê Hillary com 226 delegados, Trump com 180 e 132 ainda em disputa.
Com base em pesquisas recentes, os analistas preveem a situação dos estados indecisos, que estão em cinza.
Segundo o site, a democrata venceria de forma apertada por 273 a 265.
Já a CNN é mais otimista com Hillary. Já prevê a vitória da ex-secretária de estado com 272 delegados mesmo 87 ainda em disputa.
É claro que os críticos ao modelo americano sempre lembram de uma eleição. Em 2000, George W Bush foi eleito com menos votos do que o adversário AL Gore.
Só que republicano venceu estados mais importantes como a Flórida, de forma muito apertada, o que levou inclusive à recontagem de votos.
Existe ainda uma outra possibilidade. Neste ano, o estado de Utah pode ser vencido por um candidato independente. Isso pode fazer com que nem Hillary e nem Trump alcancem o número mágico 270.
Nesse caso, caberiam aos deputados elegerem o próximo presidente dos Estados Unidos.
*Informações do repórter Victor LaRegina
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