Novas drogas sintéticas disfarçadas de ecstasy circulam em São Paulo
São pelo menos duas novas drogas que estão circulando em São Paulo com potencial letal.
O fentanil é um analgésico mais potente que a morfina. Cinquenta vezes mais poderoso que a heroína, a substância foi apontada pelas autoridades americanas como o responsável pela morte do cantor Prince em abril deste ano.
Já a butilona é estimulante alucinógino produzido em laboratório. Ambos são vendidos como ecstasy ou LSD, mas na verdade contêm maior poder de destruição segundo o Centro de Controle de Intoxicações da Unicamp. Elas podem causar surtos psicóticos e agressividade.
No mês passado, os pesquisadores de lá descobriram os componentes após seis jovens darem entrada em pronto-socorros de Campinas com suspeita de intoxicação por drogas após uma festa. Um deles morreu.
“Legal highs”
Segundo o toxicologista do CCI, Rafael Lanaro, quem toma a droga não sabe dos novos componentes, nem dos seus efeitos. Mas é tida como um chamariz pras vendas. Uma “novidade” no mercado. Ele pede cuidado do usuário e vê que o traficante se empenha em comercializar substâncias não prescritas nas leis do País, as chamadas “legal highs”.
“São substâncias psicoativas que vão desenvolver efeitos recreacionais, porém ainda não são proibidas pelas legislações dos países”, explica Lanaro, ressaltando que essa é uma preocupação internacional.
No Brasil
Para uma substância ser considerada proibida no Brasil ela precisa ser incluída numa lista da portaria 344 da ANVISA. Até lá, os policiais têm dificuldade de combater a venda, ressalta o advogado da Comissão de Estudos sobre Educação e Prevenção de Drogas da OAB, Cid Vieira. Sem proibir a droga, a polícia não pode efetuar a repressão legal e juridicamente.
A entrada de drogas novas no mercado brasileiro não é uma novidade e a polícia federal tem monitorado as substâncias produzidas em laboratório.
Outra ameaça que aciona um sinal de alerta nas autoridade é a maconha sintética, que pode provocar alucinações devastadoras. Ela já vendida na internet e é até 100 vezes mais forte que o tipo comum do entorpecente.
Reportagem de Carolina Ercolin
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