Novo currículo de história será revisto após discussões sobre viés ideológico

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2016 08h24
Marcelo Sant’Anna / Imprensa MG Escola Indígena

 A configuração do novo currículo da educação gerou bastante discussão por causa de pontos polêmicos das mudanças na grade de história, com pouca ou nenhuma ênfase na História Europeia e Clássica e foco no passado brasileiro e africano. Essa proposta levou historiadores a comentar a existência de um suposto viés ideológico de esquerda na chamada Base Nacional Comum Curricular.

A presidente da Associação Nacional dos Professores e Pesquisadores de História, Maria Helena Capelato, foi à Brasília para discutir junto ao MEC a possibilidade de uma revisão da proposta. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, a historiadora afirma ter conseguido incluir uma equipe para a revisão do projeto: “Fomos pedir a possiblidade de colaborar na revisão na proposta. Apesar de ser importante (o currículo base) e nós acharmos que tem que acontecer. Consideramos que tem ainda alguns ajustes a fazer e por isso nos propusermos a colaborar”.

Um dos maiores problemas da proposta, para Maria Helena Capelato, é a falta de conexão na matéria: “Vamos participar da segunda revisão e tratar de ajustar aquilo que parece problemático, por falta de clareza, falta de definição de objetivos, falta de conexão. (…) Como você vai explicar história africana, a vinda dos escravos ao Brasil e não fazer conexão com a história europeia, com as grandes navegações? Faz parte da construção da sociedade brasileira”.

O prazo de entrega do projeto está previsto para junho e antes será publicada a segunda versão da proposta para consulta pública. A Associação Nacional dos Professores e Pesquisadores de História vai realizar um grande seminário dos dias 29/02 e 01/03 com todos os representantes regionais da entidade e indicar as pessoas que vão participar do comitê que vai estruturar o novo currículo.

Entrevista: Carolina Ercolin

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