Novo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Henry Ramos Allup, toma posse sob clima de tensão
Sob clima de tensão, toma posse hoje novo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Henry Ramos Allup. A vitória do líder do partido Ação Democrática mostra o descontentamento com os rumos político e econômico do país.
Para o pesquisador do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Thiago Guêre, o governo enfrentará dificuldades. O especialista nas relações entre Brasil e Venezuela diz ao repórter Daniel Lian que o presidente Nicolás Maduro não terá a mesma liberdade: “O presidente Nicolás Maduro deve começar a enfrentar uma série de tentativas de bloqueios da suas principais propostas. A gente conseguiu perceber nos últimos anos uma grande liberdade de atuação, principalmente porque o projeto chavista, na sua essência, tinha composição de utilizar todos o meios possíveis dentro do estado para poder governar, e isso significava também controlar o parlamento”.
O coordenador do curso de Relações Internacionais da FMU aponta uma tendência de mudança no continente sul-americano. Manuel Furriela acentua que o modelo aplicado na Venezuela e em outros países da região está indo por água abaixo: “Na Argentina teve recentemente a eleição do Macri, no Peru há uma tendência na eleição da filha do Fujimori, no Brasil há um grande desgaste do governo atual, o governo da presidente Dilma Rousseff e, no caso ds Venezuela, ocorreu um revés em relação ao regime de esquerda, chavista, liderado pelo presidente Maduro, que sofreu uma derrota impressionante nas urnas nas últimas eleições legislativas”.
Eleito por maioria na Assembleia, Ramos Allup tem cadeiras suficientes de apoio para promover até mesmo uma reforma constitucional. Os especialistas indicam que a política chavista impõe uma ditadura não aberta incrustada na Venezuela e que precisa mudar.
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