Novo vice-presidente da Câmara descarta ocultação de crimes na Petrobras
Deputado Federal Arlindo Chinaglia no discurso de posse como novo vice-presidente da Câmara nesta quarta
Deputado Federal Arlindo Chinaglia no discurso de posse como novo vice-presidente da Câmara nesta quartaUm dos entrevistados do programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o novo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), falou sobre a CPI da Petrobras, explicou como foi o processo pelo qual foi escolhido para a posição na mesa da Casa, substituindo André Vargas, e falou ainda sobre as manifestações de junho do ano passado.
Chinaglia diz não acreditar que se possa esconder algum crime cometido contra ou na Petrobras, empresa alvo da Comissão Parlamentar. “Depois que a Polícia Federal, nessa altura da investigação que já vem sendo feita, Ministério Público, Tribunal de Contas da Uniao, Controladoria Geral da União, todo mundo investigando, eu não trabalho com a hipótese de que alguém vai conseguir encobrir qualquer tipo de crime que porventura tenha ocorrido”, afirma o deputado.
Sobre as tentativas do Governo de postergar a CPI que têm sido feitas até então, o vice-presidente do Congresso disse: “Faz parte da disputa política, ainda mais em ano eleitoral, a oposição propor CPI, o governo não querer instalar CPI porque consome energia, consome tempo; sempre quem está governando paga um preço maior”, constata.
Chinaglia também conta como foi escolhido vice-presidente da Câmara de última hora. “Eu virei candidato ontem porque havia o nome do Paulo Teixeira (PT-SP) e o nome do Luiz Sérgio (PT-RJ) e havia uma preocupação da unidade da bancada. Desde a fundação do PT, temos divisões, posições divergentes, etc”, verifica. “Nesse esforço, surgiu meu nome, o Paulo Teixeira e equipe entenderam que podiam retirar (a candidatura) para fazer unidade em torno do meu nome. A equipe que apoiava o Luiz sérgio entendeu que não”, conta Arlindo Chinaglia.
Ele também nega que a escolha de seu nome se deva a sua “ficha limpa”, para apagar a má imagem deixada por André Vargas, que renunciou após ter seu nome envolvido com o doleito preso pela Polícia Federal, Alberto Youssef. “Não tem a ver nessa altura do campeonato com o andré vargas, até porque ele está fora do PT”, argumenta Chinaglia. Ele atribui sua escolha a “relações pessoais e aquilo que eu fiz aqui na Câmara, eu sou conhecido bastante”, garante.
“Quando vai indicar alguém para exercer uma função que fala pela coletividade, no caso a Câmara dos Deputados, é óbvio que a responsabilidade maior é de quem foi escolhido, mas quem escolheu também tem”, conclui Chinaglia.
Questionado sobre os protestos de junho passado, o deputado do PT disse que “todos fomos surpreendidos, partidos, militantes, imprensa, analistas, etc “. Afirma ainda que “a presidente Dilma foi a primeira, de público, a fazer um pronunciamneto, tendo feito uma reunião e um pacto incluindo os governadores, da reforma política, questões da saúde, educação, mobilidade urbana, pacto fiscal, e a partir dali ela vem procurando cumprir com aquilo que foi aquele pacto”, vê Chinaglia.
Ele critica, porém, o “rechaço a todos os partidos políticos” que houve. “O que me preocupa é que me pareceu que houve muita despolitização”. “Nós temos que ter objetivos”, afirma Chinaglia. Ele compara ainda protestos sem objetivo especificado como água fervente numa chaleira, que não produz nada a não ser barulho, diferente da água numa locomotiva a vapor, que leva a alguma direção.
Ouça a entrevista completa de Arlindo Chinaglia, o novo vice-presidente da Câmara dos Deputados Federais, no áudio acima.
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