“O pré-sal não resiste a um petróleo de US$ 29”, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2016 12h48
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Tânia Rêgo / Agência Brasil ANP

 O panorama econômico do Brasil sofre impactos diretos da economia internacional, mas dois acontecimentos tem uma influência ainda maior: a queda do preço do petróleo e os dados negativos da China.

O economista Paulo Possas afirma que o aumento da oferta e o baixo preço dos barris podem quebrar a Petrobras de vez: “Se a Petrobras continuar durante um ano vendendo gasolina e diesel com preço acima do mercado internacional, ela vai recuperar tudo o que perdeu. Agora o petróleo de US$ 30 (o barril) é mortal. Se realmente aplicarmos os US$ 30 dólares no mercado interno, acaba de arrebentar a Petrobras de vez”.

Os preços baixos vão induzir ao fechamento de várias fontes de petróleo, inclusive o pré-sal, afirma o especialista: “O pré-sal não resiste a um petróleo de US$ 28, US$ 29. A Petrobras está sobrevivendo porque está vendendo gasolina e diesel, seus principais produtos, muito acima do preço do mercado internacional”. Paulo Possas alerta para a possibilidade de empresas comprarem o petróleo no mercado internacional e distribui-lo em postos que não tem a bandeira da Petrobras, o que acaba impondo uma redução dentro do mercado interno: “Quando a Petrobras vendia mais barato, o mercado não conseguia competir, mas a recíproca acontece”.

A China é um dos grandes consumidores de petróleo e, com um crescimento econômico menor, aumenta a dificuldade do escoamento do excesso de oferta que temos do petróleo. Para Paulo Possas, o maior problema da China é a falta de transparência: “Não há transparência na China. (…). Se a China estiver realmente crescendo a um ritmo menor que 7%, mas próximo dos 5%, isso não é um problema. Mas se estiver com um crescimento negativo, ninguém sabe, e esse é o problema”.

Paulo Possas afirma que são os próprios chineses que compram ações da Bolsa do país e que existe uma grande manipulação dos grandes grupos de acionistas e do governo. Mas mesmo com os indicadores ruins, o especialista afirma que o país asiático não perderá a sua posição no mercado internacional: “A China continua sendo um grande exportador. Mas não tem como crescer muito, ela já é a maior exportadora, já é a dona do mercado industrial mundial”.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã.

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